tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post6400408222576297342..comments2023-12-21T04:46:04.233+00:00Comments on Vento Sueste: Um inimigo da culturaMiguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-72712622735250604352014-02-07T11:05:54.264+00:002014-02-07T11:05:54.264+00:00Sobre este assunto parece-me que quem acertou em c...Sobre este assunto parece-me que quem acertou em cheio foi o Daniel Oliveira:<br /><br />«Diz-me quem percebe da poda que 35 milhões por 85 obras de Miró é ridículo, tendo em conta os valores que os seus trabalhos costumam atingir. Na realidade, está bastante abaixo dos 150 milhões anunciados, em 2008, por Miguel Cadilhe, quando este dirigia o BPN. Ou dos 81 milhões declarados, em 2007, para efeitos de seguro. E a razão para esta diferença pode estar na venda de tantas obras duma só vez, o que contribuirá para a desvalorização, garantem alguns especialistas. É um completo absurdo uma venda por atacado, garantem-me.»<br /><br />http://expresso.sapo.pt/nao-se-vendam-os-quadros-de-miro-baratos=f854228<br /><br />Diz mais:<br /><br />«Há, a propósito do leilão cancelado da coleção de 85 obras de Miró, três debates diferentes: o jurídico, o político e o financeiro.<br /><br />O jurídico parece esclarecido: apesar do Tribunal Administrativo ter recusado a providência cautelar do Ministério Público para parar a venda, confirmou que os procedimentos impostos pela Lei de Bases do Património Cultural não tinham sido cumpridos e que a "expedição das obras é manifestamente ilegal". As obras viajaram ilegalmente para Londres, onde estão expostas, sem terem a autorização da Direcção-Geral do Património Cultural para saírem de Portugal. Uma autorização que, é bom lembrar, não é um mero procedimento burocrático. Defende o país do saque.»<br /><br /><br />Neste próximo ponto creio que estamos todos de acordo:<br /><br />«Agora a questão política. Neste caso, política cultural. A coleção de Miró não ia ser incinerada ou destruída. Ia ser vendida, coisa que acontece regularmente a obras de arte. Não haveria, na minha opinião, uma perda para a cultura. Quanto a Portugal, perderia as obras que faziam parte do espólio de um banco em troca de dinheiro. E é costume nada vergonhoso estarem entre as coisas que se vendem obras de arte. Como sabem os galeristas.<br /><br />Estes quadros são, para o Estado português, um ativo. Foram comprados ao colecionador japonês Kazumasa Katsuta. E estão tão bem aqui como em qualquer outro lugar. Ao contrário dos quadros que julgo que o BPN ainda tem de Vieira da Silva e Júlio Pomar, não há entre o autor ou estas obras e Portugal nenhuma relação especial. Nem especial, nem outra, para dizer a verdade. Não é património nacional. As obras foram compradas por um banco, como investimento, que foi nacionalizado e calhou que o Estado ficasse com elas. Com elas pode, sem ferir nenhum princípio ético, político ou legal, fazer uma de duas coisas: vender ou expor. Num caso o dinheiro é recebido já, noutro o investimento é rentabilizado. Num caso as obras são usadas para ajudar a pagar a enorme dívida do BPN, libertando dinheiro para outras coisas, como o apoio às artes e aos museus - muitos duvidam que o dinheiro tivesse esse destino, mas esse é um outro debate. Noutro, pensa-se mais a médio e longo prazo.<br /><br />Não havendo, na minha opinião, nenhuma questão de princípio que impedisse esta venda, resta, para além da questão jurídica (muito relevante), a questão financeira.»João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.com