tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post887349009345725308..comments2023-12-21T04:46:04.233+00:00Comments on Vento Sueste: Auto-emprego, risco, liberalismo, etc.Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-73921756360653655492007-03-14T02:17:00.000+00:002007-03-14T02:17:00.000+00:00"Esta ligação pode nem ter importância nenhuma (e,..."<BR/>Esta ligação pode nem ter importância nenhuma (e, a haver uma relação causal, nem sei em que sentido será), mas contribui para relativizar certas teorias que associam a maior preferencia de certos paises pelo liberalismo económico a uma cultura mais valorizadora da "autonomia" e da "iniciativa pessoal".<BR/>"<BR/><BR/>Eu ponho é em causa o uso de self-employed como indicador de autonomia ou iniciativa pessoal.<BR/><BR/>*<BR/><BR/>Na minha perspectiva de neoliberal, tanto uma forma de trabalho (self-employed ou employed) são válidas numa sociedade de mercado e não há razão para preferir uma ou outra. Diferentes formas de organização pessoal/associativa são válidas e preferíveis por diferentes pessoas, ou diferentes indústrias, ou diferentes momentos do tempo.<BR/><BR/>Há diferenças entre salário-fixo & salário-variável que podem ter repercursões políticas (a intuição que se tem quando se tem um salário fixo é diferente de quando se tem um salário variável, eu próprio sinto isso [de há uns tempos para cá, tenho um salário fixo e já estou mais estatista :)]), mas isso é outra coisa: Muitos empregados têm salários variáveis (na maioria das empresas, o pessoal de vendas é quase um self-employed de tal maneira que depende das comissões).<BR/><BR/>Mesmo assim, não há razão nenhuma liberal para defender salário variáveis ou self-employement.<BR/><BR/>O salário fixo é um sistema que é aceite de livre vontade por todos os participantes e é um serviço para-financeiro fornecido pela associação em empresa aos empregados (que ao invés de receber mais nos meses e menos noutros, recebem uma média menos os custos de administração deste serviço). O direito de livre associação económica é um direito básico. As escolhas deviam ser pessoais.<BR/><BR/>Eu, francamente, sinto falta de poder controlar o meu income mensal. Em certos momentos apetecia-me poder pensar "epá, este fim-de-semana vou ver se ganho mais uns trocos que ando a jantar fora em sítios caros" ao invés do "epá, tenho de ir jantar fora a sítios mais baratos". Outras pessoas terão outras preferências.<BR/><BR/>Os poderes públicos deviam ser neutros em relação a estas escolhas (em matéria de política fiscal ou de sistema de reformas, por exemplo).Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-48267423185251335322007-03-13T01:47:00.000+00:002007-03-13T01:47:00.000+00:00«Num meio competitivo e livre a probabilidade de d...«Num meio competitivo e livre a probabilidade de despedimento diminui na "proporção" em que aumentam a competência e o esforço.»<BR/><BR/>Bem, mesmo que a competência e o esforço aumentem, isso não irá afectar a probabilidade de um dado trabalhador ser despedido (já que a competência e o esforço dos seus potenciais concorrentes também será maior).<BR/><BR/>"Numa cultura mais liberal o assalariado tende(ria) a comportar-se como empresário de si próprio,"<BR/><BR/>Isso não acaba por ir de acordo à perspectiva que, numa sociedade mais liberal, a segurança do assalariado comparada com a do trabalhador por conta própria seria menor (embora talvez não a minha hipótese de o trabalho assalariado passar a ser menos seguro que o por conta própria)?<BR/><BR/>"A tabela está bonita mas, já agora, se estivesse ordenada ficava ainda melhor"<BR/><BR/>Ordenada está, só que por ordem alfabética (mas se há coisa que me dá uma trabalheira a fazer no blogger é tabelas...)Miguel Madeirahttps://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-77818428815129092972007-03-13T00:39:00.000+00:002007-03-13T00:39:00.000+00:00"probabilidade individual de um trabalhador assala..."probabilidade individual de um trabalhador assalariado, num dado momento, ser despedido, em principio, será maior num país em que seja mais fácil despedir."<BR/><BR/>É contra-intuitivo, mas o incentivo funciona ao contrário. Num meio competitivo e livre a probabilidade de despedimento diminui na "proporção" em que aumentam a competência e o esforço. Numa cultura mais liberal o assalariado tende(ria) a comportar-se como empresário de si próprio, a diversificar competências (produtos, investimentos), a estar atento a novas possibilidades de trabalho (mercados, clientes)e a poupar (acumular capital).<BR/>Portugal tem outros problemas para chegar aí: o mercado de arrendamento que não permite grande mobilidade, um sistema de justiça que não funciona, igualitarismo na protecção social, fraca rede de apoio familiar,etc. <BR/><BR/>P.S A tabela está bonita mas, já agora, se estivesse ordenada ficava ainda melhor :-)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-43216528973133354242007-03-13T00:06:00.000+00:002007-03-13T00:06:00.000+00:00"não tenho notícia que nos países com maior liberd..."não tenho notícia que nos países com maior liberdade económica e em que é mais fácil despedir, haja despedimentos em massa a torto e a direito. Pelo menos não mais que em Portugal."<BR/><BR/>O meu ponto não era que houvesse mais despedimentos em massa, mas sim que a probabilidade individual de um trabalhador assalariado, num dado momento, ser despedido, em principio, será maior num país em que seja mais fácil despedir. Não faço a mínima ideia se o rácio (despedimentos)/(total assalariados) é maior ou menor nesses países do que, digamos, em Portugal, mas pela lógica, deverá ser [eventualmente, admito que o rácio (contratações) / (total assalariados) também poderá ser maior]Miguel Madeirahttps://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-89719901008239867082007-03-12T19:04:00.000+00:002007-03-12T19:04:00.000+00:00Miguel,a diferença na situação que apontas tem que...Miguel,<BR/>a diferença na situação que apontas tem que ver só e apenas com a dispersão de um tipo de risco, porque há outros. Num contexto de maior liberdade económica que pressupõe um sistema de justiça eficaz (suspiro), o trabalhador por conta de outrém está protegido pela sua própria competência e esforço (ou seja tem um controlo maior sobre o seu trabalho), porque é certo que nesse contexto, o interesse do empregador é reter os melhores (a protecção aos mais fracos é outro assunto). É uma questão de incentivos e não tenho notícia que nos países com maior liberdade económica e em que é mais fácil despedir, haja despedimentos em massa a torto e a direito. Pelo menos não mais que em Portugal.<BR/>Quanto à tabela da HF, à primeira vista é assim como dizes, só que...Em Portugal, o maior incentivo à criação de auto-emprego é a necessidade, a falta de alternativas. Repara ainda que é nos países pobres e com menor liberdade que o micro-crédito funciona mais. O que os países com maior liberdade têm de especial, é que criam mais emprego e reduzem a necessidade das pessoas de criarem auto-emprego. Nesses, isso acontece mais por vontade e menos por necessidade.<BR/>Se leres alguma estatística portuguesa sobre as motivações, não acredites. Respondi a um há um ano (sob pena de multa se não o fizesse)e conheço mais quem o tenha feito. Dissemos o que eles gostam de ouvir, só para chatear.<BR/><BR/>PS Não acho que os portugueses sejam pouco empreendedores, custa-lhes (nos) é ver para lá da paróquia.Anonymousnoreply@blogger.com