tag:blogger.com,1999:blog-196022732024-03-07T07:20:03.614+00:00Vento SuesteMiguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comBlogger5126125tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-90913570192340077942020-10-09T20:29:00.004+01:002020-10-09T20:30:09.848+01:00O Vento mudou<p>O Vento Sueste <a href="https://ventosueste.wordpress.com/">agora passa a estar no wordpress</a>: <a href="http://ventosueste.wordpress.com/">https://ventosueste.wordpress.com/</a></p><p>Aqui <a href="https://ventosueste.wordpress.com/2020/10/09/a-minha-mudanca-para-o-wordpress/">explico os motivos da mudança</a>.<br /></p><p> <br /></p>Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-32169484874482350892020-10-06T18:10:00.002+01:002020-10-22T01:59:58.788+01:00Somos e fomos todos fascistas? (1)Parece ser o que Ricardo Dias de Sousa alega<a href="https://observador.pt/opiniao/agora-somos-todos-fascistas/"> neste artigo no Observador</a>, "<a href="https://observador.pt/opiniao/agora-somos-todos-fascistas/">Agora somos todos fascistas</a>".<br />
<br />
A mim parece-me que ele está simplesmente usando "fascismo" quase como uma palavra genérica para dirigismo estatal (ou pelo menos, para dirigismo estatal mantendo a propriedade privada dos meios de produção), o que, a ser assim, se calhar tornaria "fascistas" a maioria das sociedades existentes nos últimos milhares de anos, com um hiato no século XIX e princípios do XX (bem, excluindo, a ter existido, o "<a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Asiatic_mode_of_production">modo de produção asiático</a>", já que aí o estado também era suposto ser o proprietário das terras; mas o chamado "MPA" provavelmente nunca foi mais do que a mesma coisa que o feudalismo europeu visto por um prisma "orientalista").<br />
<br />
Um aparte (que não tem diretamente a ver com o texto de Ricardo Das de Sousa, mas acho que acaba por ter indiretamente): porque é que, quando se fala de Mussolini, cita-se muito mais vezes o "t<i>udo no estado, nada contra o estado, nada fora do estado</i>" do que o "<i>abaixo o estado em todas as suas formas e encarnações: o estado de ontem, o de hoje e o de amanhã; o estado burguês e o estado socialista</i>" ou "<a href="http://fascismoemrede.blogspot.com/2004/11/caractersticas-do-fascismo.html"><em>Nós somos liberais em economia mas não somos liberais em política</em></a>"? Se se dizer que é porque a primeira (de 1925) é posterior à segunda (de 1920) ou à terceira (de 1921), isso não impede muita gente de ir buscar coisas ainda mais antigas (como o programa dos "Fascios" de 1918 ou a sua militância socialista até 1915) para fazer a exegese do fascismo....<br />
<br />
O texto de Ricardo Dias de Sousa parece conter duas teses: a primeira é de que a planificação europeia no pós-guerra teria sido, na sua essência, "fascista"; a segunda é que no final dos anos 60 terá aparecido um novo tipo de marxistas, e que na sua rejeição do marxismo ortodoxo e do establishment do pós-guerra, acabar por, à sua maneira, ser também "fascistas".<br />
<a name='more'></a><br />
Vamos então por partes analisar isso.<br />
<br />
A respeito dos estados sociais do pós-guerra:<br />
<br />
- <a href="http://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-21.html">Somos e fomos todos fascistas? (2.1)</a><br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-22.html">Somos e fomos todos fascistas? (2.2)</a><br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-23.html">Somos e fomos todos fascistas? (2.3)</a><br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-24.html">Somos e fomos todos fascistas? (2.4)</a><br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-25.html">Somos e fomos todos fascistas? (2.5)</a><br />
<br />
A respeito da nova esquerda surgida no final dos anos 60:<br />
<br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-31.html">Somos e fomos todos fascistas? (3.1)</a><br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-32.html">Somos e fomos todos fascistas? (3.2)</a><br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-33.html">Somos e fomos todos fascistas? (3.3)</a><br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-34.html">Somos e fomos todos fascistas? (3.4)</a> - na sequência dos "3.x", este é o principal; o resto são divagações que podem evitar se não tiverem tempo ou paciência<br />
<br />
Apontamento final:<br />
<br />
- <a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-4.html">Somos e fomos todos fascistas? (4)</a><br />
<br />
Diga-se que isto acabou por ser algo muito maior do que inicialmente pensava - a ideia era inicialmente fazer um post, depois dois, e quanto mais os ia desdobrando ia-me lembrando de mais coisas para escrever - se inicialmente soubesse que ia escrever onze posts, para serem publicados quase um mês e meio depois do artigo original, possivelmente nem me teria metido nisto.<br />
<br />
[<a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/somos-e-fomos-todos-fascistas-1.html">Post publicado</a> no <a href="https://viasfacto.blogspot.com/">Vias de Facto</a>; podem comentar lá]Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-86997570817936609012020-10-04T16:23:00.002+01:002020-10-04T16:23:11.906+01:00RepresentaçõesÉ
frequente em eleições legislativas dizer-se "Votem no partido X para
Fulano ir para o parlamento, porque é preciso lá alguém da nossa
cidade/sub-região/região/etc. para defender os nossos interesses
específicos (e ele é o único num lugar potencialmente elegível)".<br />
<br />
Mas parece que isso já não vale para outros agregados que não os geográficos.<br />
<br />
[<a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/10/representacoes.html">Post publicado</a> no <a href="https://viasfacto.blogspot.com/">Vias de Facto</a> - podem comentar lá] Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-5059638368043284492020-10-02T16:33:00.001+01:002020-10-02T16:33:46.146+01:00Consequências não previstasUma thread no Twitter com uma série de exemplos:<br />
<blockquote class="twitter-tweet" data-theme="dark">
<div dir="ltr" lang="en">
Found an incredible Reddit thread, "What's a rule that was implemented somewhere that massively backfired?"<br /><br />Here are the best ones 🧵<br /><br />1/ Alcohol bans at college football games led to increased intoxication problems b/c fans were getting really drunk before entering the stadium.</div>
— 𝚃𝚛𝚞𝚗𝚐 𝙿𝚑𝚊𝚗 (@TrungTPhan) <a href="https://twitter.com/TrungTPhan/status/1311300651645767682?ref_src=twsrc%5Etfw">September 30, 2020</a></blockquote>
<script async="" charset="utf-8" src="https://platform.twitter.com/widgets.js"></script><br />Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-88026107108014242942020-09-29T14:36:00.003+01:002020-09-29T14:36:57.722+01:00Como se calcula a mortalidade da gripeO que se conclui logo daqui é que aquelas comparações que frequentemente se fazem entre o número de pessoas que morreram "de Covid" e o número de pessoas que morreram "de gripe" é um bocado comparar alhos com bugalhos; a contagem dos mortos "de gripe" não é uma contagem feita pessoa a pessoa, como com os mortos "de Covid"; é uma estimativa feita no fim do ano, comparando a evolução da mortalidade total e a evolução do número de casos de gripe ao longo do ano.<br />
<br />
<a href="http://www.insa.min-saude.pt/wp-content/uploads/2019/10/RelatorioPNVG_2018-2019.pdf">Programa Nacional de Vigilância da Gripe Relatório da época 2018/2019</a> (páginas 63-65, PDF):<br />
<blockquote>
Durante a época de gripe 2018/2019 o nú- mero de óbitos por todas as causas esteve acima do esperado entre a semana 02/2019 e a semana 7/2019 (Figura 27 e Figura 28) 40. Aplicando um método de regressão cíclica foram construídas linhas de base que correspondem à mortalidade esperada sem o efeito de fatores externos e que permitem estimar os excessos de mortalidade por todas as causas pela diferença entre a mortalidade observada e a linha de base. Este cálculo foi efetuado para a população geral e estratificado por sexo, grupo etário e região de saúde. No total, estimou-se um excesso de 2.844 (IC95%: 2.229 a 3.459) óbitos em relação ao esperado, o que corresponde a uma taxa de 28 óbitos por cada 100.000 habitantes e a um excesso relativo à linha de base de 19 % (IC95%: 17 a 22 %). O excesso de mortalidade atingiu o seu valor máximo na semana 4 de 2019 (excesso relativo de 25 %).<br />
<br />
(...)<br />
<br />
Durante o período de excesso de mortalidade ocorreram dois eventos que podem explicar este aumento do risco de morrer. Nomeadamente, a epidemia de gripe sazonal cujo período epidémico decorreu entre as semanas 01/2019 e 09/2019, com um pico na semana 03/2019, e períodos com temperaturas mínimas abaixo do normal nos meses de janeiro e fevereiro de 2019 (Figura 30). Para estimar a mortalidade atribuível à epidemia de gripe e às temperaturas extremas, aplicou-se um modelo de regressão de Poisson de forma a modelar a taxa de mortalidade observada em função do índice Goldstein (taxa de incidência de síndrome gripal multiplicada pela percentagem de casos de síndrome gripal positivos para o vírus da gripe) e das temperaturas extremas, ajustada para a tendência e sazonalidade (Figura 31). Esta metodologia foi desenvolvida no grupo de trabalho FluMOMO 41 do projeto Europeu EuroMOMO 42.<br />
<br />
Com base nesta abordagem, e considerando um histórico desde a semana 40/2013 até à semana 20/2019, estimaram-se 3.331 (IC95% 3.115 a 3.552) óbitos atribuíveis à gripe e 397 óbitos (IC95% 315 a 489) atribuíveis às temperaturas extremas.</blockquote>
[<a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/09/como-se-calcula-mortalidade-da-gripe.html">Post publicado </a>no <a href="https://viasfacto.blogspot.com/">Vias de Facto</a>; podem comentar lá]Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-66965276809327001982020-09-29T09:50:00.000+01:002020-09-29T09:50:05.650+01:00O fascismo como reação ao socialismoAlém de ser a opinião mais que ortodoxa sobre o assunto, é também a tese de um recente <i>paper</i> - <a href="https://www.nber.org/papers/w27854">War, Socialism and the Rise of Fascism: An Empirical Exploration</a>, por<span class="linked-author"><a href="https://www.nber.org/people/daron_acemoglu"> Daron Acemoglu</a></span>, <span class="linked-author"><a href="https://www.nber.org/people/giuseppe_de_feo">Giuseppe De Feo</a></span>, <span class="linked-author"><a href="https://www.nber.org/people/giacomo_de_luca">Giacomo De Luca</a></span> e <span class="linked-author"><a href="https://www.nber.org/people/russog">Gianluca Russo</a> </span>(<a href="https://www.nber.org/">NBER</a> Working Paper No. 27854): <br />
<blockquote class="tr_bq">
The recent ascent of right-wing populist movements in many countries has rekindled interest in understanding the causes of the rise of Fascism in inter-war years. In this paper, we argue that there was a strong link between the surge of support for the Socialist Party after World War I (WWI) and the subsequent emergence of Fascism in Italy. We first develop a source of variation in Socialist support across Italian municipalities in the 1919 election based on war casualties from the area. We show that these casualties are unrelated to a battery of political, economic and social variables before the war and had a major impact on Socialist support (partly because the Socialists were the main anti-war political movement). Our main result is that this boost to Socialist support (that is “exogenous” to the prior political leaning of the municipality) led to greater local Fascist activity as measured by local party branches and Fascist political violence (squadrismo), and to significantly larger vote share of the Fascist Party in the 1924 election. We document that the increase in the vote share of the Fascist Party was not at the expense of the Socialist Party and instead came from right-wing parties, thus supporting our interpretation that center-right and right-wing voters coalesced around the Fascist Party because of the “red scare”. We also show that the veterans did not consistently support the Fascist Party and there is no evidence for greater nationalist sentiment in areas with more casualties. We provide evidence that landowner associations and greater presence of local elites played an important role in the rise of Fascism. Finally, we find greater likelihood of Jewish deportations in 1943-45 and lower vote share for Christian Democrats after World War II in areas with greater early Fascist activity. </blockquote>
Como disse, isso é a visão mais que ortodoxa sobre o fascismo, que será uma movimento de reação contra o socialismo - é uma visão que vai desde os marxistas ortodoxos (o fascismo como "ditadura aberta da burguesia") até <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Ernst_Nolte#Nolte%27s_thesis">Ernest Nolte</a>, passando por <a href="https://mises.org/library/liberalism-classical-tradition/html/p/29">Ludwing von Mises</a>. Há exceções, como<a href="https://www.marxists.org/archive/rizzi/bureaucratisation/index.htm"> Bruno Rizzi (que considerava tanto o fascismo como o comunismo soviético como exemplos de uma tendência para o gestores não-proprietários substituírem os capitalistas como a classe dominante)</a> e imagino que tmbém os liberais como Hayek; e semi-exceções como os <a href="https://ventosueste.blogspot.com/2006/05/ainda-sobre-o-estado-novo-e-o-fascismo.html">trotskistas (que consideram que o fascismo começa como uma movimento revolucionário da classe média tanto contra a classe operária como contra o grande capital, mas que só sobe ao poder quando é recuperado pelo grande capital como instrumento de luta contra o socialismo)</a>. Será que seria possível fazer também estudos similares ao paper acima para testar essas exceções e semi-exceções?Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-42592079355877210602020-09-28T09:32:00.001+01:002020-09-28T09:32:00.173+01:00India e Coreia do Sul (nos anos 60): "capitalistas" ou "socialistas"?<a href="https://pseudoerasmus.com/">Pseudoerasmus</a> argumenta que a mesma descrição deveria ser aplicada às duas:<br />
<br />
<blockquote class="twitter-tweet" data-theme="dark">
<div dir="ltr" lang="en">
One mustn't simultaneously call India under Nehru 'socialist' & South Korea under the generals 'capitalist'. They should bear the same label, what ever the label. Indian & Korean planners made different choices, but the degree of control exerted on the private sector was similar</div>
— Pseudoerasmus (@pseudoerasmus) <a href="https://twitter.com/pseudoerasmus/status/1304429487942176773?ref_src=twsrc%5Etfw">September 11, 2020</a></blockquote>
<script async="" charset="utf-8" src="https://platform.twitter.com/widgets.js"></script>
A discussão nas respostas ao tweet é interessante, com muita enfase no ponto se, para distinguir "capitalismo" de "socialismo", é relevante qual o objetivo do planeamento estatal e quais as classes que beneficia.Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-49888833252100462552020-09-26T22:35:00.000+01:002020-09-26T22:35:43.339+01:00Dia de Petrov<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://xkcd.com/2052/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="390" data-original-width="197" src="https://imgs.xkcd.com/comics/stanislav_petrov_day.png" /></a></div>
26 de setembro de 1983 - não sei o que estava a fazer nesse dia, mas provavelmente estaria a brincar com <a href="https://ventosueste.blogspot.com/2012/01/kika-2000-2012.html">a gata que tínhamos em casa há alguns meses</a>, ou a jogar<span class="text_exposed_show"> com a consola <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Magnavox_Odyssey%C2%B2">Videopac G7000</a>, ou talvez tivesse ido ao Ciclo Preparatório de Portimão ver em que turma tinha ficado, que as aulas estariam quase a começar. Mas enquanto eu (e mais milhões de pessoas por tudo o mundo) vivia tranquilamente a minha vida, acontecimentos potencialmente mais dramáticos se desenrolavam: o conflito Leste-Oeste estava a aquecer e poucas semanas antes a União Soviética havia abatido um avião de passageiros da Coreia do Sul; era neste contexto que o tenente-coronel Stanislav Petrov, estava, a 26/09/1983, responsável pelos radares de uma base militar soviética; a dado momento os radares indicam que cinco misseis dos EUA tinham sido lançados para a URSS - no entanto, o tenente-coronel Petrov achou estranho um ataque norte-americano de cinco mísseis (seria de esperar um ataque total, para destruir a capacidade da URSS retaliar), pelo que assumiu que era um engano e não deu a informação (que eventualmente poderia dar origem a um contra-ataque nuclear soviético) que estaria a ocorrer um ataque dos EUA - dias depois veio a verificar-se que um fenómeno meteorológico tinha criado a ilusão dos supostos cinco mísseis.</span>Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-57065457215460545202020-09-26T16:57:00.005+01:002020-09-26T17:02:08.833+01:00Trump quer sabotar as eleições? Duvido muito.<p>Nos últimos tempos tem-se tornado quase um dogma da fé em certos
meios que Trump, caso perca, se estará a preparar para "roubar" as
eleições; como <a href="https://ventosueste.blogspot.com/2020/09/trump-pode-sabotar-as-eleicoes.html">disse aqui, eu duvido muito desses cenários</a>.</p><p>Atendendo
que toda a carreira de Trump, desde pelo menos os anos 80, tem
assentando no primado da imagem sobre o conteúdo (hum, será que
acidentalmente acabei também por descrever os anos 80 no geral?), eu
suspeito que o grande desejo dele não é tanto permanecer na presidência,
mas poder dizer (e ter muita gente a acreditar) que é o presidente, e
todas essas conversas dele a pôr em causa o processo eleitoral se
destinam, não a preparar o terreno para um "autogolpe", mas a preparar o
terreno para, se perder, poder passar 4 anos a apresentar-se aos seus
convidados em Mar-a-Lago como "o verdadeiro Presidente dos EUA", vítima
das conspirações do "deep state" (em vez de ser um "looser" que não
conseguiu a reeleição). Até imagino facilmente daqui a uns anos uma
gravação dele dizendo "<i>When you’re the President - the real
President-, they let you do it. You can do anything. Grab ’em by by the
pussy. You can do anything.</i>"</p><p>O problema aqui é se parte da base Republicana (incluindo as milícias armadas e grande parte do corpo policial) leva o <i>show</i> dele a sério e tenta por sua iniciativa um "contragolpe" contra os "golpistas" no poder.</p><p>Já agora, ver <a href="https://twitter.com/Noahpinion/status/1309814467715198976">este post</a> de <a href="http://noahpinionblog.blogspot.com/">Noah Smith</a> no Twitter e respetiva thread, onde ele sugere um cenário parecido (e muita gente acha que é mesmo o cenário mais provável).</p><p> [<a href="https://viasfacto.blogspot.com/2020/09/trump-quer-sabotar-as-eleicoes-duvido.html">Post publicado</a> no <a href="https://viasfacto.blogspot.com">Vias de Facto</a>; podem comentar lá] <br /></p>Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-31946649273565173272020-09-24T02:44:00.002+01:002020-09-24T02:44:18.938+01:00Trump pode sabotar as eleições?Eu duvido muito desses cenários de autogolpe, mas deixo aqui um artigo sobre o assunto:<br />
<br />
<a href="https://www.theatlantic.com/magazine/archive/2020/11/what-if-trump-refuses-concede/616424/">The Election That Could Break America,</a> por <a href="https://www.theatlantic.com/author/barton-gellman/">Barton Gellman </a>(The Atlantic)<span itemprop="author" itemscope="" itemtype="https://schema.org/Person"><span itemprop="name">:</span></span><br />
<blockquote class="tr_bq">
<span itemprop="author" itemscope="" itemtype="https://schema.org/Person"><span itemprop="name">If the vote is close, Donald Trump could easily throw the election into chaos and subvert the result. Who will stop him? (...)</span></span><br />
<br />
The worst case, however, is not that Trump rejects the election outcome. The worst case is that he uses his power to prevent a decisive outcome against him. If Trump sheds all restraint, and if his Republican allies play the parts he assigns them, he could obstruct the emergence of a legally unambiguous victory for Biden in the Electoral College and then in Congress. He could prevent the formation of consensus about whether there is any outcome at all. He could seize on that uncertainty to hold on to power.<br />
<br />
Trump’s state and national legal teams are already laying the groundwork for postelection maneuvers that would circumvent the results of the vote count in battleground states. Ambiguities in the Constitution and logic bombs in the <a data-omni-click="r'article',r'',d,r'intext',r'5',r'616424'" href="https://www.theatlantic.com/politics/archive/2020/09/trump-biden-electoral-count-act-1887/615994/">Electoral Count Act</a> make it possible to extend the dispute all the way to Inauguration Day, which would bring the nation to a precipice. The Twentieth Amendment is crystal clear that the president’s term in office “shall end” at noon on January 20, but two men could show up to be sworn in. One of them would arrive with all the tools and power of the presidency already in hand.</blockquote>
Isto parece-me um cenário parecido com o que o <a href="http://esquerda-republicana.blogspot.com/">João Vasco</a> previa <a href="https://ventosueste.blogspot.com/2020/09/os-eua-beira-de-uma-insurreicao-ii.html?showComment=1599850794823#c6135721507744064596">aqui</a>.Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-58256305085885127362020-09-23T10:02:00.000+01:002020-09-23T10:02:03.214+01:00A "cancel culture" como dupla vitória da esquerda "progressista"Este <a href="https://www.econlib.org/market-forces-vs-leftist-discrimination-a-beckerian-puzzle/">post de Bryan Caplan</a> faz-me pensar numa coisa: a chamada "cancel culture" pode ser vista como uma dupla vitória da esquerda (nomeadamente a esquerda feminista, anti-racista, etc.).<br />
<br />
Em primeiro lugar, pela razão óbvia - a acreditar no que se diz, é sobretudo este esquerda que está "cancelando" e a direita a ser "cancelada".<br />
<br />
Mas também por uma razão mais profunda - se efetivamente existir uma tendência para pessoas serem discriminadas na vida profissional por causa das suas opiniões políticas, isso desmente a teoria de que no mercado não há discriminação e que portanto diferenças de rendimento entre homens e mulheres, ou entre negros e brancos só podem ser explicadas por diferenças de produtividade ou opções pessoais dos individuos supostamente discriminados. Afinal, se se considera que os conservadores estão a ser sistematicamente discriminados por causa de um ambiente social e cultural que leva as empresas a fazer essa discriminação, então temos forçosamente que concluir que também pode existir (ou tenha existido) um ambiente social e cultural que leve (ou tenha levado) as empresas a discriminar contra mulheres ou negros.<br />
<br />
Agora, o reverso - junto com estas duas vitórias da esquerda "nova", há também uma derrota da esquerda "tradicional": é que com isto estão se a tornar populares na esquerda argumentos como "ninguém tem direito a um emprego" ou "uma rede social privada deixa falar quem quer e expulsa quem quer".Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-4889332985181865192020-09-21T18:22:00.002+01:002020-09-21T18:22:19.483+01:00Os EUA à beira de uma insurreição? (III)<a href="https://johnhcochrane.blogspot.com/2020/09/storm-coming.html">Storm coming</a>, por <a href="https://johnhcochrane.blogspot.com/">John Cochrane</a>:<br />
<blockquote>
Imagine, as seems quite possible, that Trump scores an early lead in the days after the election, with a narrow electoral college majority, though losing the popular vote, with 90% - 10% losses in the deep blue cities. Trump declares victory. Blue cities erupt in protest.<br />
<br />
As mail in votes come in and are tabulated, Biden gets closer and closer and by his party's count has won.<br />
<br />
But lawyers have already fanned out around the country. Every single smudged postmark, questionable signature is challenged by both sides. Conspiracy theories abound. Vote harvesting stories are told. A few bales of forgotten mail are discovered. As the key battleground counties are isolated, we have 50 hanging chad controversies, with warring and disagreeing injections by different courts. More protests erupt on both sides. (...)<br />
<br />
No, this makes it a virtual certainty that courts will weigh in.(...)<br />
<br />
We will have the 2000 hanging chads all over again -- except in multiple states and counties all at the same time.<br />
<br />
All that ends up in the Supreme Court, on a tight deadline. (There are abundant legal issues, which are beside the point. The suits will be filed, argued heatedly, and people will be in the streets protesting.)<br />
<br />
This was going to be bad enough. Now suppose that the Senate has flipped to Democrats, 51-49, but the lame duck Senate confirms a Trump appointee to the court. Protests and riots erupt. (There are already protests, here for example, and Trump hasn't even nominated anyone. Another, from "grandma, team resistance:" "If he tries to appoint someone, it's civil war, and I'll be on the front line." There are demonstrators in front of Senator Mitch McConnell's house now. I just googled "Ginsburg protest," there's lots more.)<br />
<br />
And then suppose that court decides, 5-4, or even 6-3 with the new member, in favor of Trump. In the softer gentler era of 2000, many democrats never acknowledged that Bush legitimately won the election. (I read the New Yorker which called it "stolen" for years afterwards. I have never seen them acknowledge that in the final count, Bush did, actually, win.) Democratic acknowledgement that Trump really did win in 2016 and is the legitimate President of the United States has been soft at best. Can you imagine they would sit still for the legitimacy of this outcome? <br />
There will be widespread protest, violence and looting. Right and leftwing "militias" will face off. We are not fighting about abstractions like "social justice." This a good old fashioned fight about political power.<br />
<br />
What do you do if you are president with cities burning? You send in the troops. Republicans will call it "law and order, " "protecting life, property and the rule of law." Democrats will decry this as "martial law," and a "coup." And with some justification: To their view, protesting such a presidential outcome is the same as protests all over the world, in Hong Kong, in Iran, in Belarus, that aim to topple illegitimate regimes, though those regimes are "lawful" by their laws and procedures for implementing those laws.</blockquote>
Isto é <a href="https://ventosueste.blogspot.com/2020/09/os-eua-beira-de-uma-insurreicao-ii.html">uma mistura de b) e c) no meu cenário</a>.<br />
<br />
Cochrane (um economista conservador de Chicago) apresenta mais uns quantos cenários possíveis ("Risk analysis 101: If there is one path to disaster, by which 5 improbable events have to fail, you're probably ok. But if many scenarios all come back to the same disaster, the chance of that disaster is larger").Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-41868326210192729752020-09-21T16:49:00.001+01:002020-09-21T16:49:57.409+01:00Zona Autónoma Temporária?<a href="https://www.nbcnewyork.com/news/local/doj-designates-new-york-city-as-an-anarchist-jurisdiction/2627588/">DOJ Designates New York City as an “Anarchist Jurisdiction” </a>(NBC New York)Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-51450767119230235962020-09-19T17:26:00.000+01:002020-09-19T17:30:15.809+01:00Quantos juizes do Supremo Tribunal dos EUA foram confirmados a menos de dois meses de uma eleição presidencial?De acordo com <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_justices_of_the_Supreme_Court_of_the_United_States#All_justices">esta lista</a>, parece-me que nenhum.<br />
<br />
Poderá-se perguntar se não é uma simples questão de probabilidade estatística, mas haveria 1/24 de probabilidade de isso acontecer (o Supremo Tribunal já teve 114 juizes, mesmo se descontarmos os 10 nomeados por George Washington, já poderiam ter havido uns 4 ou 5).<br />
<br />
E já depois das eleições, mas ainda antes do novo presidente tomar posse?<br />
<br />
<a href="https://en.wikipedia.org/wiki/William_Burnham_Woods">William Burnham Woods</a>, confirmado em dezembro de 1880, nomeado pelo Republicano Rutherford Hayes, já depois do Republicano James Garfield ter sido eleito<br />
<br />
<a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Howell_Edmunds_Jackson">Howell Edmunds Jackson</a>, confirmado, por unanimidade, em fevereiro de 1893, nomeado pelo Republicano James Garfield, já depois do Democrata Cleveland ter sido eleito (Howell Jackson era Democrata)<br />
<br />
<a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Samuel_Nelson">Samuel Nelson</a>, confirmado, por unanimidade, em fevereiro de 1845, nomeado por John Tyler (eleito como um Whig, mas entretanto expulso do partido), já depois do Democrata James Polk ter sido eleito (Samuel Nelson era Democrata)<br />
<br />
<a href="http://Peter Vivian Daniel">Peter Vivian Delan</a>, confirmado em março de 1841, nomeado pelo Democrata Martin Van Buren, já depois do Whig William Harrison ter sido eleito (Peter Delan era Democrata); esta parece que foi mesmo muito polémica, mas como os Democratas tinham a maioria no Senado, a oposição dos Whigs de nada serviu<br />
<br />
<a href="https://en.wikipedia.org/wiki/John_Catron">John Catron</a>, confirmado em março de 1837, nomeado pelo Democrata Andrew Jackson, já depos do Democrata Martin Van Buren ter sido eleito<br />
<br />
<a href="https://en.wikipedia.org/wiki/John_Marshall">John Marshal</a>, confirmado, por unanimidade, em janeiro de 1801, nomeado pelo Federalista John Adams, já depois do "Republicano" (isto é, Democrata) Thomas Jefferson ter sido eleito (Marshal era Federalista)Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-79302096116912754872020-09-19T00:19:00.002+01:002020-09-19T00:19:47.667+01:00Como o poder da Apple reforça o poder dos governos<a href="https://www.ft.com/content/fcabc720-10fb-11df-9a9e-00144feab49a">A fight over freedom at Apple’s core</a>, por <a href="https://blogs.harvard.edu/jzwrites/">Jonathan Zittrain</a>, no Financial Times (é um artigo de 2010, mas<a href="https://www.cnn.com/2020/09/18/tech/tiktok-download-commerce/index.html"> se calhar é atual</a>):<br />
<blockquote class="tr_bq">
Thirty years later Apple gave us the iPhone . It was easy to use, elegant and cool – and had lots of applications right out of the box. But the company quietly dropped a fundamental feature, one signalled by the dropping of “Computer” from Apple Computer’s name: the iPhone could not be programmed by outsiders. “We define everything that is on the phone,” said Mr Jobs. “You don’t want your phone to be like a PC. The last thing you want is to have loaded three apps on your phone and then you go to make a call and it doesn’t work any more.” </blockquote>
<blockquote>
The openness on which Apple had built its original empire had been completely reversed – but the spirit was still there among users. Hackers vied to “jailbreak” the iPhone, running new apps on it despite Apple’s desire to keep it closed. Apple threatened to disable any phone that had been jailbroken, but then appeared to relent: a year after the iPhone’s introduction, it launched the App Store. Now outsiders could write software for the iPhone (...)<br />
<br />
But the App Store has a catch: app developers and their software must be
approved by Apple. If Apple does not like the app, for any reason, it
is gone. (...)<br /><br /> If Apple is the gatekeeper to a device’s uses, the governments of the world need knock on the door of only one office in Cupertino, California – Apple’s headquarters – to demand changes to code or content.</blockquote>
Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-30995879749567213402020-09-18T14:11:00.000+01:002020-09-18T14:11:46.848+01:00Nassim Taleb sobre "acordos de paz"<blockquote class="twitter-tweet" data-theme="dark">
<div dir="ltr" lang="en">
Just a reminder (frm <a href="https://twitter.com/hashtag/SkinInTheGame?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#SkinInTheGame</a>) that<br />1) Peace with the top is not peace.<br />2) The best peace is one that is struck w/ the most radical enemies, not "moderates", or, worse, Gulf states that were never at war with Israel. Learn from Ireland & the IRA.<a href="https://t.co/jmQRStQC88">https://t.co/jmQRStQC88</a></div>
— Nassim Nicholas Taleb (@nntaleb) <a href="https://twitter.com/nntaleb/status/1305969920077946880?ref_src=twsrc%5Etfw">September 15, 2020</a></blockquote>
<script async="" charset="utf-8" src="https://platform.twitter.com/widgets.js"></script>Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-42820621561821486722020-09-17T12:17:00.001+01:002020-09-17T12:17:12.589+01:00Manifestantes violentos nos EUA condenados a 20 anos de prisão?<a href="https://reason.com/2020/09/16/attorney-general-bill-barr-encourages-federal-prosecutors-to-charge-violent-protesters-with-sedition/">Attorney General Bill Barr Encourages Federal Prosecutors To Charge Violent Protesters With Sedition</a>, por Christian Britschgi (Reason):<br />
<blockquote>
Barr, according to a <a href="https://www.wsj.com/articles/barr-tells-prosecutors-to-consider-charging-violent-protesters-with-sedition-11600276683">story</a> published today by <i>The Wall Street Journal</i>, encouraged prosecutors on a conference call last week to charge violent protestors with federal offenses wherever possible. The attorney general encouraged the use of sedition charges even in contexts when state charges would apply, reports the <i>Journal</i>, which spoke to several people familiar with the call.<br />
<br />
<a href="https://www.law.cornell.edu/uscode/text/18/2384">Federal sedition law</a> makes it a crime for two or more people to "conspire to overthrow, put down, or to destroy by force" the U.S. government, and it comes with a potential penalty of 20 years in prison.<br />
<br />
The invocation of rarely used sedition laws to go after protestors is raising alarm among civil libertarians and some legal experts.</blockquote>
Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-66962204690357188992020-09-16T18:36:00.002+01:002020-09-16T18:37:10.766+01:00Vaga de esterilizações nos campos de detenção do "SEF" dos EUA?Provavelmente não - <a href="https://twitter.com/Noahpinion/status/1306248684791672835">parece tratar-se de um médico que está a defraudar o ICE</a> executando (?) procedimentos desnecessários e depois cobrando ao ICE.<br />
<blockquote class="twitter-tweet" data-theme="dark">
<div dir="ltr" lang="en">
Now that Amin's name is public: this is about a doctor with a history of medical fraud allegations, gaming a system that wasn't designed to protect im/migrant women. He's an immigrant himself; I've seen no evidence that he's a white supremacist.</div>
— Aura Bogado (@aurabogado) <a href="https://twitter.com/aurabogado/status/1306010013010452481?ref_src=twsrc%5Etfw">September 15, 2020</a></blockquote>
<blockquote class="twitter-tweet" data-theme="dark">
<div dir="ltr" lang="en">
If Amin wanted to sterilize women, he could have used cheap IUDs. Hysterectomies are very expensive, an easy way to rack up taxpayer money. "Concentration camps are sterlizing women" headlines are paternalistic and further erase victims. Victims no one talks *to*, only *about*.</div>
— Aura Bogado (@aurabogado) <a href="https://twitter.com/aurabogado/status/1306010721658994688?ref_src=twsrc%5Etfw">September 15, 2020</a></blockquote>
<script async="" charset="utf-8" src="https://platform.twitter.com/widgets.js"></script>Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-26508872731749124742020-09-16T10:48:00.002+01:002020-09-16T10:48:15.702+01:00"OK, Boomer"Esta <a href="https://twitter.com/Noahpinion/status/1305907606104408065">sequência de posts no twitter</a> de <a href="http://noahpinionblog.blogspot.com/">Noah Smith</a>,
dizendo que afinal os maiores apoiantes de Trump não são os "boomers"
(nascidos algures entre 46 e 64), mas sim a ala conservadora da "Geração
X" (nascidos para aí entre 65 e 80), fez-me lembrar algo que há muito
tempo estava a pensar escrever (este post estava nos rascunhos desde
dezembro, ou seja, comecei a escrevê-lo ainda antes dos "boomers"
entrarem na lista de espécies ameaçadas da WWF; depois deixei-o de molho
exatamente porque o assunto tinha largamente sido abandonado).<br />
<br />
É
que desde para aí uns dois anos, parecia ter havido uma inversão quase
total dos estereótipos ideológicos tradicionalmente associados à geração
"boomer".<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIumjGn5X0mR5uc1qt9NnfVJe2AqGRu_XPJ0LFk-1l3HJpsFWW1zes3KhFSKLHkixp-vtIw2XRuu_kt5F39_AOOVtuEDyJigt-JjU8VhyNQXFpQfxZ5cwpELXP7G366KSY7l2G/s577/composto.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="205" data-original-width="577" height="142" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIumjGn5X0mR5uc1qt9NnfVJe2AqGRu_XPJ0LFk-1l3HJpsFWW1zes3KhFSKLHkixp-vtIw2XRuu_kt5F39_AOOVtuEDyJigt-JjU8VhyNQXFpQfxZ5cwpELXP7G366KSY7l2G/w400-h142/composto.jpg" width="400" /></a></div>
Isto é, de há uns tempos para cá, surgiu a ideia que os "boomers" seriam uma geração particularmente conservadora (<a href="https://medium.com/@JessicaLexicus/are-you-a-boomer-take-this-quiz-to-find-out-66ca4539cbd7">exemplo</a>) - quando eu passei toda a minha juventude a ouvir falar que a "geração de 60" (a geração de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/All_in_the_Family">Gloria Bunker e Michael Stivic</a>, e também a de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Family_Ties">Steven e Elyse Keaton</a>)
era A GERAÇÃO PROGRESSISTA por excelência, não apenas mais progressista
que as anteriores (o que é normal) mas até que as posteriores (era esse
o ponto da série "Quem sai aos seus..." - o contraponto entre a
progressista "geração de 60" e a conservadora "geração de 80") <br />
<br />
Já agora, cá em Portugal eu passei a minha adolescência com <span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g">as escolas
secundárias dominadas pela JSD, e na primeira campanha eleitoral que dei
nota, o liceu estava a abarrotar de autocolantes "P'rá Frente
Portugal" - embora em Portugal houvesse a peculiaridade que a geração "progressista" não era tanto a dos nosso pais, mas sim </span></span><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g">mas sim um
misto de tios mais novos, primos afastados mais velhos e professores no
principio de carreira (o pessoal na casa dos 30 anos, que tinha sido
jovem nos nossos "anos 60" - 1974 e 1975; pelo menos uma prima afastada
minha, então com 30 e tal anos, consta que ex-simpatante do PRP e típica
"progressista nos costumes", era fã de uma série que havia na altura que
era "<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Thirtysomething">Os Trintõe</a>s" e dizia que representava bem a geração dela; essa
série era por vezes descrita como o contraponto a "Quem sai aos seus...").</span></span><br />
<span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><br /></span></span>
<span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g">Sinais
da mitificação da "geraçao de 60": ainda me lembro de há muitos anos
(para aí em 1990) ter lido um artigo (penso que do João Martins Pereira,
o já falecido ex-marido da Fátima Bonifácio... - ou será que mesmo isto
é um exemplo da mudança do que se espera dum boomer?) que algures dizia
"todos as pessoas entre os 30 e os 60 anos tendem a descrever-se como
da geração de 60, grande abrigo anti-sismico mais seguro que as de 50 e
de 70"; e alguém se lembra de por volta de 1973 ter surgido (com o
impacto que teve) algum filme similar a "<a href="https://www.imdb.com/title/tt0085244/">Os amigos de Alex</a>", mas a
evocar os anos 50? (o mais parecido seria o <a href="https://www.imdb.com/title/tt0069704/">American Graffiti</a>, mas muito
longe - nem que seja porque o período que evoca é já o principio dos
anos 60).<br /><br />Isto talvez seja uma especificidade da
chamada "Geração X", mas nós crescemos a ouvir associar a geração de 60 à
geração dos contestatários e dos progressistas (sempre que havia um
protesto de estudantes nos anos 80, alguém falava em "regresso aos anos
60?"), pelo que agora me dá alguma dissonância cognitiva a conversa do
"OK Boomer"; por outro lado, també é verdade que "boomer" não é sinónimo
de "geração de 60" - se adotarmos a definição de "nascido entre 1946 e
1964", isso incluirá também muitos dos então tão atacados yuppies dos
anos 80 (mesmo o Alex P. Keaton era suposto, in-universe, ter nascido em
1965, logo só não seria um boomer por um ano).</span></span><br />
<span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><br /></span></span>
<span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g">Nota 1: suspeito que nestas coisa de conservadorsmo versus progressismo por gerações, há também </span></span><br /><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g">uma grande mistura entre a função e a derivada, ou talvez até a segunda derivada...</span></span></span></span><br />
<span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><br /></span></span></span></span>
<span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g">Nota
2: tenho também uma ainda maior desconfiança face ao conceito de
"geração X" </span></span></span></span><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g">(tenho também um post nos rascunhos sobre isso)</span></span></span></span></span></span></span></span>, que em Portugal abrangeria tanto a geração "Prá Frente
Portugal" como a "geração rasca", largamente opostas; eu suspeito que há
uma diferença marcada entre as pessoas da minha idade ou mais velhas (a
típica geração de 80), e as mais novas que eu (a "geração rasca", e
também a do grunge e, em Portugal, do rap).<br />
<span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><br /></span></span>
<span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g"><span dir="ltr"><span class="_3l3x _1n4g">[<a href="http://viasfacto.blogspot.com/2019/12/ok-boomer.html">Post publicado</a> no Vias de Facto; podem comentar lá] </span></span></span></span>Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-80095655055533333752020-09-15T12:26:00.001+01:002020-09-15T12:26:38.933+01:00"Cuties"/"Mignonnes" e o #CancelNetflix (II)<div class="tr_bq">
<a href="https://www.splicetoday.com/moving-pictures/cuties-is-not-what-you-think">Cuties is Not What You Think</a>, por Emina Melonic (Splice Today):</div>
<blockquote>
Maïmouna Doucouré’s directorial debut, Cuties (French: Mignonnes, 2020) has been consistently under attack since Netflix released it on September 9. Netflix’s promotional poster and trailer primarily includes a group of 11-year-old girls dancing in a sexually suggestive manner, and it’s caused an uproar. The rage has extended beyond mindless, uninformed noise. Sen. Ted Cruz (R-TX) and Sen. Tom Cotton (R-AR) have officially filed a letter to Attorney General William Barr to investigate Netflix for the distribution of child pornography. (...)<br />
<br />
Setting aside the absurdity of this controversy, Doucouré’s film is an exploration of the difficulty young girls face growing up in today’s demanding society. The story centers on Amy, a Senegalese 11-year-old girl, who’s caught between two cultures: her fundamentalist Muslim upbringing and the disordered, libertine culture of France. This is already a problem for a young immigrant girl, but the added issue of the Internet culture that forces girls into a hyper-sexualized image creates an even bigger interior conflict for Amy. (...)<br />
<br />
Amy does make a choice. She leaves the metaphysical and cultural stage of destructive reality that the overly secular society imposes on her. In her room, the skimpy outfit she wore during the dance competition and the traditional Senegalese dress she’s supposed to wear at her father’s wedding are left in the room. Now, she wears simple jeans and an elegant sweater, as she leaves the apartment complex and jumps rope with different neighborhood girls. It’s Amy’s face that is finally affirmed.</blockquote>
Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-19155299016995938822020-09-15T10:08:00.000+01:002020-09-15T10:08:01.745+01:00O radicalismo político como forma de fugir ao tédio?<a href="https://doi.org/10.1002/ejsp.2205">Going to political extremes in response to boredom</a>, por <a href="https://onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorStored=van+Tilburg%2C+Wijnand+A+P">Wijnand A. P. Van Tilburg</a> e <a href="https://onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorStored=Igou%2C+Eric+R">Eric R. Igou</a> (<a href="https://onlinelibrary.wiley.com/journal/10990992">European Journal of Social Psychology</a>):<br />
<blockquote class="tr_bq">
Boredom makes people attempt to re‐establish a sense of meaningfulness. Political ideologies, and in particular the adherence to left‐ versus right‐wing beliefs, can serve as a source of meaning. Accordingly, we tested the hypothesis that boredom is associated with a stronger adherence to left‐ versus right‐wing beliefs, resulting in more extreme political orientations. Study 1 demonstrates that experimentally induced boredom leads to more extreme political orientations. Study 2 indicates that people who become easily bored with their environment adhere to more extreme ends of a political spectrum compared with their less easily bored counterparts. Finally, Study 3 reveals that the relatively extreme political orientations among those who are easily bored can be attributed to their enhanced search for meaning. Overall, our research suggests that extreme political orientations are, in part, a function of boredom's existential qualities.</blockquote>
<div>
Uma coisa que isto me fez pensar foi no livro "Admirável Mundo Novo", de Huxley; pessoalmente, acho a parte "subjetiva" (as motivações dos personagens) da história mais interessante que a parte "objetiva" (a descrição da sociedade e da tecnologia): isto, o tipo de sociedade apresentado no livro não me parece ter grande relevância para os dias de hoje, mas suspeito que a psicologia de personagens como Bernard Marx, o amigo publicitário ou o Selvagem explica muito a psicologia de "descontentes" em vários contextos sociais - sobretudo o desejo de ter uma grande causa a que se dedicar, em vez de uma vida banal "narrada por um idiota".</div>
Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-5520339202460658192020-09-15T02:55:00.000+01:002020-09-15T02:55:06.861+01:00Teoria da ferradura (variante "vamos tomar conta do estado daqui a uns meses, mas queremos acabar com ele")?<p>Pondo <a href="https://www.google.com/search?q=Down+with+the+state+in+all+its+forms+and+incarnations%3A+the+state+of+yesterday%2C+of+today%2C+and+of+tomorrow%3B+the+bourgeois+state+and+the+socialist+state&ie=utf-8&oe=utf-8">no google (sem aspas) um frase de 1920 de Mussolini contra o estado</a>, a primeira coisa que aparece é "<a href="https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1917/staterev/ch05.htm">O Estado e a Revolução</a>", de Lenine (onde este, em 1917, também defende que o estado deve começar a desaparecer).</p>Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-48501057900281459562020-09-15T00:48:00.002+01:002020-09-15T00:48:28.259+01:00Vaga de esterilizações nos campos de detenção do "SEF" dos EUA?<p><a href="https://lawandcrime.com/high-profile/like-an-experimental-concentration-camp-whistleblower-complaint-alleges-mass-hysterectomies-at-ice-detention-center/">‘Like an Experimental Concentration Camp’: Whistleblower Complaint Alleges Mass Hysterectomies at ICE Detention Center</a>, por Jerry Lambe (Law and Crime):</p><p></p><blockquote><p>Several legal advocacy groups on Monday filed a whistleblower complaint
on behalf of a nurse at an Immigration and Customs Enforcement (ICE)<a href="https://www.ice.gov/detention-facility/irwin-county-detention-center"> detention center</a>
documenting “jarring medical neglect” within the facility, including a
refusal to test detainees for the novel coronavirus and an exorbitant
rate of hysterectomies being performed on immigrant women. (...)</p><p>Multiple women came forward to tell Project South about what
they perceived to be the inordinate rate at which women in ICDC were
subjected to hysterectomies – a surgical operation in which all or part
of the uterus is removed. Additionally, many of the immigrant women who
underwent the procedure were reportedly “confused” when asked to explain
why they had the surgery, with one detainee likening their treatment to
prisoners in concentration camps.</p>
<p>“Recently, a detained immigrant told Project South that she talked to
five different women detained at ICDC between October and December 2019
who had a hysterectomy done,” the complaint stated. “When she talked to
them about the surgery, the women ‘reacted confused when explaining why
they had one done.’ The woman told Project South that it was as though
the women were ‘trying to tell themselves it’s going to be OK.’”</p></blockquote><p></p>Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-56786219305103566152020-09-14T19:30:00.001+01:002020-09-14T20:00:21.540+01:002020?Há uns tempos, no princípio do confinamento, escrevi algures num comentário do Facebook que de certeza que a epidemia e o confinamento iriam aparecer, daqui a uns anos, como pano de fundo ou tema de vários filmes.<br />
<br />
Mas depois comecei a duvidar disso, já que as gripes <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Gripe_asi%C3%A1tica">asiática</a> e <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Hong_Kong_flu">de Hong Kong</a> mataram muito mais gente e penso que a única marca que deixaram na cultura popular foi <a href="https://inducks.org/story.php?c=W+DD++126-01">uma história do Pato Donald</a>, que inclui também motins nas ruas e extra-terrestres*.<br />
<br />
*diga-se que, além <a href="https://tek.sapo.pt/noticias/ciencia/artigos/havera-vida-em-venus-equipa-de-astronomos-descobriram-uma-molecula-rara-nas-nuvens-do-planeta">da história de hoje</a> da <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Fosfina">fosfina</a> venusiana, há vários meses que andam <a href="https://www.nbcnews.com/think/opinion/pentagon-admits-ufo-program-still-exists-navy-s-alien-sightings-ncna1235395">a correr notícias</a>, na <a href="https://edition.cnn.com/2020/04/28/politics/harry-reid-ufos-pentagon/index.html">imprensa de referência e/ou com fontes institucionais</a>, r<a href="https://edition.cnn.com/2020/04/27/politics/pentagon-ufo-videos/index.html">elacionadas com OVNIs</a>.Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19602273.post-28206216190890665132020-09-14T18:29:00.000+01:002020-09-14T18:29:11.616+01:00O fim do moderno conservadorismo "liberal na economia, conservador nos costumes"?Talvez um pouco em sentido contrário <a href="https://ventosueste.blogspot.com/2020/09/a-historia-do-moderno-conservadorismo.html">ao post anterior</a>...<br />
<br />
<a href="https://quillette.com/2020/09/13/the-failure-of-fusionism/">The Failure of Fusionism</a>, por Grant Wyeth, na Quillette:<br />
<blockquote>
Conservative parties throughout the West are in crisis. This may not be fully understood by simply looking at recent election results, as conservative parties have continued to win elections. But these parties are currently in a state of ideological flux, and their commitment to existing liberal democratic principles and institutions are in noticeable decay. The conventional perception of conservative parties as steady and secure governing hands has made way for a more volatile and agitated form of politics. Parties that have routinely positioned themselves as defenders of the established order have instead become actively hostile to it. Conservative parties, the Economist <a href="https://www.economist.com/leaders/2019/07/04/the-global-crisis-in-conservatism">noted</a> last year, are now “on fire and dangerous.” (...)<br />
<br />
The forces of freer markets; their unanchored spontaneous order, their economic and social creative destruction, and their inherent cosmopolitanism have deeply affronted those of a conservative disposition. With conservative parties accelerating these forces, Fusionism became an ideology in constant conflict with itself, failing to create a harmonious set of ideas to advance, and instead fostering a sense of discord and disorder for these parties’ natural constituents.</blockquote>
Miguel Madeirahttp://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.com0