Mesmo se limitarmos o conceito de "comunismo" ao comunismo pró-URSS, há um mérito democrático no comunismo: os comunistas, quando estão na oposição, tendem a ser fortes defensores dos direitos democráticos e das liberdades civis - p.ex., se nalgum parlamento do Europa ocidental for apresentada uma proposta no sentido de facilitar escutas telefónicas, ou aumentar os prazos de prisão preventiva, quase de certeza que os comunistas vão votar contra; pelo contrário, os partidos de extrema-direita tendem a defender o "Estado forte" mesmo quando estão na oposição (é verdade podem haver excepções pontuais a esta regra em casos especificos - no caso das leis penalisando a negação do Holocausto é a extrema-direita que defende a posição "libertária").
Um caso paradigmático disso é a diferente atitude de comunistas e "fascistas"* face às ditaduras da outra facção: sob as ditaduras "fascistas", os comunistas tendem a ser dos opositores mais activos (e a serem aliados objectivos dos defensores da "democracia parlamentar"); pelo contrário, não é raro sob regimes comunistas (e sobretudo pós-comunistas) ver movimentos de tipo "fascista" quase a defenderem esses regimes como o "mal menor" face ao "liberalismo apátrida" (ver - Pamyat, Aleksander Dugin, Partido Radical Sérvio, etc.).
*aqui, não estou a distinguir entre o fascismo propriemente dito e tipos de conservadorismo autoritário mais ou menos nacionalista (são fenómenos diferentes, mas não tão diferentes)
1 comment:
Penso que a mente autoritária é um fenómeno pouco discutido nas suas implicações politicas.
Um professor de psicologia da Universidade de Manitoba, Robert Altemeyer, publicou Online uma resenha do seu trabalho intitulada "The Authoritarians", onde disseca lideres e seguidores.
Embora o estudo dele esteja centrado no autoritário de direita, dá a entender, por estudos comparados com colegas seus de leste, que o autoritário soviético possuia essencialmente o mesmo "frame of mind".
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