Bernardo Pires de Lima e Nuno Gouveia indignam-se por o Público chamar "milicia islamita" ao grupo somali Al-Shabab, em vez de "terroristas".
Exactamente, o que torna o Al-Shabab "terrorista"?
Serem um grupo combatente? Todas as facções na guerra civil somali o são (é isso que se faz numa guerra - combater).
Terem atacado as Nações Unidas e pilhado as suas intalações? Talvez, mas parece-me um bocado hiperbólico chamar a isso "terrorismo" (na verdade, parece-me o género de coisa corriqueira no contexto de um regime de "senhores da guerra").
Imporem nos territórios que controlam uma versão radical do islamismo? Também o estado saudita o faz; será "terrorista" por isso?
Claro que podemos passar a chamar as facções involvidas em guerras civis de "terroristas", mas isso acaba por esvaziar a palavra "terrorista" de sentido.
4 comments:
Ia fazer o mesmo comentário.
O problema destes analistas geo-estrategas com excessos de moralismo é que abdicam de pensar e utilizar o conhecimento que têm. Um problema de ler neocons a mais.
Já chamar estado Terrorista aos Estados Unidos, esse lugar-comum depois da guerra - imoral, ilegal - contra o Iraque (outro estado terrorista) não lhes passa pela cabeça.
Como se todos os estados não fossem terroristas. Tirar parte do salário de uma pessoa sob coacção é terrorismo (estamos num sentido abrangente, como aquele referido no 2º comentário).
Desde quando é que a resistência armada a ocupantes estrangeiros e seus colaboracionistas é "terrorismo" ? Pelo menos desde a II Guerra não é... essa era a termionologia nazi.. e de Salazar em relação aos MLN das colónias...
O Bernardo Pires de Lima, que escreve um pasquim a louvaminhar o terrorista Blairdalhoca e a sua moral (!!!) é que que é um reles terrrorista neoconeiro...
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