Creio que a única razão porque alguém está a dar alguma importância a isso foi a decisão inicial da policia de libertar logo Zimmerman e aceitar como válida a sua versão. Se o caso tivesse seguido logo para o "Ministério Público" (em vez de só após a vaga de indignação) e, após algum tempo, este decidisse arquivar o processo concluindo "dois ex-delinquentes envolveram-se à luta numa noite e um acabou por matar o outro; não há mais testemunhas e não se sabe verdadeiramente quem começou a luta - até é possivel que ambos estivessem sinceramente convencidos que estavam agindo em legitima defesa; assim, e pelo critério da «dúvida razoável», não podemos acusar Zimmerman" (ou se o processo tivesse mesmo indo para tribunal, e este concluísse o mesmo - substituindo "acusar" por "condenar" -, o que, aliás, foi mais ou menos o que acabou por acontecer), se calhar o caso apenas seria falado nalgum jornal local da Florida.
O que lançou o caso para a fama foi a decisão inicial de (pelo que percebi) nem sequer ter havido um processo judicial sobre o ocorrido (e este só ter ocorrido depois).
Uma observação final - às vezes surgem propostas do género "mortes ou danos corporais causados em legitima defesa não devem ser alvo de processos"; mas, se não houver alguma espécie de processo, como é que é possivel determinar realmente que se tratou de "legítima defesa"? A esse respeito, recomendo os pontos 18 e 19 desta critica de Paul Birch ao livro Guns, Crime and Freedom, de Wayne LaPierre.
Sunday, July 21, 2013
O caso Zimmerman
Publicada por Miguel Madeira em 15:55
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