O meu palpite - manter o governo actualmente existente (e não o governo imaginário em que o Paulo Portas é vice-primeiro-ministro, o Pires de Lima ministro da Economia, etc.).
Porquê? É a maneira de ele sair menos derrotado - se nomeasse o governo "remodelado" (que implicitamente rejeitou há duas semanas) estaria a admitir que fez o pais parar este tempo para nada; se dissolvesse o parlamento (depois de ter dito que era melhor não fazer eleições agora) estaria também a voltar atrás com o que tinha dito.
Claro que se poderá perguntar - e Portas? Irá aceitar o governo actual, depois de o ter quase deitado abaixo para o mudar, e após as longas negociações que foram necessárias para acordar a remodelação alargada? Há duas semanas, claro que não (foi exactamente por isso que tomou a decisão irrevogável). Mas o CDS, junto com o PSD, passou estes últimos dias apresentando-se como o guardião da estabilidade, opondo-se a eleições antecipadas, participando na defesa do governo contra a moção do PEV e acusando o PS de querer a instabilidade. É difícil, depois disto, voltar imediatamente ao modo "temos estas exigências e estamos dispostos a derrubar o governo se não forem aceites".
Outra maneira de ver a coisa - talvez a recomendação presidencial de negociações tripartidas PSD-PS-CDS tenha contribuído para melhor as relações entre o PSD e o CDS: nas negociações bilaterais entre o PSD e o CDS, gerava-se automaticamente uma dinâmica de "eu contra ti", com cada partido a tentar extrair concessões do outro; a partir do momento em que passaram a trilaterais, provavelmente gerou-se uma dinâmica de "nós contra ele", com o PSD e o CDS a fazerem "frente unida" contra o inimigo comum (aliás, a existência de um inimigo externo sempre foi, ao longo da História, uma das melhores receitas para juntar facções até então desavindas)
Sunday, July 21, 2013
O que irá fazer Cavaco?
Publicada por Miguel Madeira em 02:58
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment