André Freire tem re-publicado nos Ladrões de Bicicletas o seu artigo sobre “O esquerdismo na Europa após a guerra fria”, inspirado no artigo "Contemporary Far Left Parties in Europe"[pdf], de Luke March, editado pela Fundação Friedrich Ebert.
Eu provavelmente ainda escreverei mais algo sobre o assunto, mas deixo desde já algumas observações:
- creio que March exagera no carácter anti-sistema dos comunistas ortodoxos ("comunistas conservadores"); dá-me a impressão que, muitas vezes, é mais o sistema que os rejeita a eles do que eles que rejeitam o sistema
- acho que ele valoriza demais a questão da reorientação após o colapso da URSS; talvez seja eu que estou prisioneiro do passado, mas convém distinguir entre movimentos/partidos até então alinhados com a URSS (ou com a Albânia, que enfrentaram problemas semelhantes) e os que já tinham rompido há muito tempo (alguns nos anos 20, outros nos anos 60/70)
- a categoria "socialista populista" parece-me um bocado metida a martelo; eu acho que percebo mais ou menos o fio condutor da categoria, mas dá-me a ideia que acabou por ser uma categoria onde Luke March pôs o que não cabia nas outras
[para perceberem onde eu me situo nesta questão: penso que um movimento que me tivesse a mim como ideólogo ficaria na linha "socialista democrático" e na coluna "extrema-esquerda" - ver a página 4 - 6 no PDF - do artigo de March]
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