Sunday, November 17, 2013

"Bolhas"

Uma critica por vezes feita a Paul Krugman é à sua passagem em (em tom aparentemente irónico), em 2002, de que para fazer a economia sair do crise motivada pelo fim da bolha das dot-coms, o FED teria que criar uma bolha imobiliária.

Mas agora, pelos vistos, Krugman vem mesmo, de forma séria e supostamente "aprofundada", defender as bolhas como via para o crescimento:

2. An economy that needs bubbles?

We now know that the economic expansion of 2003-2007 was driven by a bubble. You can say the same about the latter part of the 90s expansion; and you can in fact say the same about the later years of the Reagan expansion, which was driven at that point by runaway thrift institutions and a large bubble in commercial real estate.

So you might be tempted to say that monetary policy has consistently been too loose. After all, haven’t low interest rates been encouraging repeated bubbles?

But as Larry emphasizes, there’s a big problem with the claim that monetary policy has been too loose: where’s the inflation? Where has the overheated economy been visible?

So how can you reconcile repeated bubbles with an economy showing no sign of inflationary pressures? Summers’s answer is that we may be an economy that needs bubbles just to achieve something near full employment – that in the absence of bubbles the economy has a negative natural rate of interest. And this hasn’t just been true since the 2008 financial crisis; it has arguably been true, although perhaps with increasing severity, since the 1980s.
 
Há primeira vista, custa-me a acreditar que possamos estar numa situação em que a taxa de juro de equilibrio entre a poupança e o investimento seja menor que zero: tal significaria que, mesmo sem receber juro nenhum, as pessoas estariam dispostas a poupar mais dinheiro do que as empresas estariam dispostas a pedir emprestado (mesmo sem pagar juros nenhuns). Tal só faria sentido numa economia em que a propensão à poupança fosse muito grande e quase não houvesse oportunidades de investimento lucrativo (nem uma coisa nem outra me parecem corresponder ao estado da economia mundial das últimas décadas).

Mas, se essa visão estiver correcta, isso não será mais ou menos aquilo a que outra escola do pensamento económico chamaria "o estádio final do capitalismo"?




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