O Jeffrey Tucker está a pedir contribuição para uma lista de anarquistas (sim, a maior parte, "property rights anarchists" embora com variantes várias) "proeminentes", se alguém se lembrar de alguém adequado de língua portuguesa... A lista está assim: Prominent Anarchists living or dead (please add them alphabetically!) Edward Paul Abbey Mikhail Bakunin Randy Barnett Tom Bell Bruce Benson Nikolai Berdyaev Alexander Berkman Jeff Berwick Amanda Billyrock Étienne de La Boétie Bob Black Peter Boettke Murray Bookchin Gunther Bornkamm Julie Borowski Greg Boyd Walter Block Antonio Buehler Bryan Caplan Art Carden Kevin Carson Doug Casey Gerard Casey Gary Chartier Charlie Chaplin Roy Childs Frank Chodorov Noam Chomsky Jesus Christ Alexandre Christoyannopoulos Voltairine de Cleyre James Corbett Christopher Coyne Scott Crow Leon Frank Czolgosz Daniel D’Amico Dorothy Day Graham Dugas Frank Van Dun Howard Ehrlich Vernard Eller Jacques Ellul Ralph Waldo Emerson Lorenzo Kom'boa Ervin Paul Feyerabend Jim Fleming Doug French David Friedman Patri Friedman David Galland Luigi Galleani Jerry Garcia William Gillis William Godwin Emma Goldman Paul Goodman David Gordon David Graeber Anthony Gregory Walter Grinder John Hagel David Hart Woody Harrelson John Hasnas Martin Hengel Jeff Herbener Auberon Herbert Karl Hess Ezra Heywood Robert Higgs Thomas Hodgskin Hans-Hermann Hoppe Scott Horton Steven Horwitz Jacob Huebert Michael Huemer Jörg Guido Hülsmann Anne Hutchinson Anthony de Jasay Charles Johnson Peter Joseph Angela Keaton Soren Kierkegaard Daniel Klein Bruce Koerber Adam Kokesh Samuel Edward Konkin III Peter Kropotkin Gustav Landauer Wolfi Landstreicher Donald Lavoie Peter Leeson Robert LeFevre Leonard Liggio Roderick Long John Joseph Lydon John Henry Mackay James J. Martin Emmanuel Charles McCarthy Wendy McElroy Anna Martin Peter Maurin Gustave de Molinari Stefan Molyneux Alan Moore Johann Most Erich Mühsam Robert Murphy Satoshi Nakamoto Jan Narveson Andrew Napolitano Saul Newman Albert Jay Nock Michael Ohanian Franz Oppenheimer David Osterfeld Lucy Parsons Pelagius Ernestine Perkins Fredy Perlman Richard Perkins Catherine Pickstock Pierre-Joseph Proudhon David Prychitko John Pugsley Paul Émile de Puydt Ralph Raico Justin Raimondo Kenneth Rexroth Sheldon Richman Rudolf Rocker Lew Rockwell Larken Rose Murray Rothbard Mary J. Ruwart, PhD Nicola Sacco J Neil Schulman George Selgin Butler Shaffer George H. Smith L Neil Smith Vernon Smith Joseph Sobran Rebecca Solnit Jesus Huerto de Soto Herbert Spencer Lysander Spooner Porter Stansberry Ben Stone Max Stirner Edward Stringham William Graham Sumner Morris and Linda Tannehill Peter Andreas Thiel Mark Thornton Henry David Thoreau J.R.R. Tolkien Leo Tolstoy Jerome Tuccille Benjamin Tucker Jeffrey Tucker Kevin Tucker Ross Ulbricht Laurence Vance Bartolomeo Vanzetti Brett Veinotte James L. Walker Colin Ward Josiah Warren Carl Watner Cody Wilson Robert Anton Wilson Claire Wolfe Jarret B. Wollstein Thomas E. Woods Jr. Robert Paul Wolff John Zerzan Zhuangzi Neil Roberts
Wednesday, January 22, 2014
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
13 comments:
Anarquistas proeminentes em Portugal poderia ser (na tradição ansoc) Neno Vasco, Emidio Santana, Mario Castelhano ou João Freire; o problema é que não são verdadeiramente anarquistas portugueses proeminentes, mas apenas anarquistas proeminentes em Portugal (isto é, são anarquistas que são proeminentes apenas em Portugal, não são anarquistas com proeminencia global que por acaso até são portugueses).
Não sei se o Rui Tavares se considera "anarquista", mas, se se considerar, será indubitavelmente alguém com alguma proeminencia a nível europeu.
A respeito do "private property anarchism", há uns 20 anos houve uma discussão n'«A Batalha» sobre isso (creio que a propósito de um texto de João Freire), com opiniões distintas; se tiver tempo, ainda hei de pesquisar a minha dispensa a ver se encontro esse número (talvez encontre alguma referência a algum histórico do anarquismo português a defender a propriedade privada)
«Não sei se o Rui Tavares se considera "anarquista"»
A resposta a essa pergunta é "sim", pelo menos recentemente assumiu-se dessa forma.
Já mais complicado é saber se os anarquistas consideram "Rui Tavares" como tal.
Como ele vê a anarquia como uma bonita utopia para um futuro distante, e "na prática" propõe mudanças não muito revolucionárias na actual estrutura (pessoalmente estou alinhado ideologicamente nesses dois aspectos), não é nada claro que possa ser considerado "anarquista" mesmo que se afirme enquanto tal.
Bem, se o Herbert Spencer (que também via a anarquia como um processo evolucionário) conta, o Rui Tavares também contará.
E de qualquer forma suspeito que quase todos os membros da lista seriam rejeitados como "anarquistas" por grande parte dos membros da lista - suspeito que só Godwin, Proudhon, Ben Tucker, Étienne de La Boétie, Lysander Spooner, Voltairine de Cleyre e Josiah Warren (fundamentalmente, o anarquismo individualista pré-século XX) seriam aceites como verdadeiros anarquistas por quase todos os membros da lista (bem, os anarco-capitalistas normalmente não renegam explicitamente os anarco-socialistas; a atitude "eles não são anarquistas" vem mais dos ansocs face aos ancaps).
Sou sim anarquista, na variante libertário de esquerda, e acho que tudo o que digo, penso e faço politicamente tem uma relação evidente com o anarquismo (e com algumas outras coisas também, incluindo a social-democracia; inventei por isso recentemente a etiqueta LSD, de "libertário social-democrata"). Marimbo-me um bom bocado para se algumas pessoas que têm uma visão supersticiosa do anarquismo me admitem na igreja ou não. Em quase 30 anos de anarquismo já vi passar muitos desses sacristãos... passado pouco tempo já se esqueceram de que se diziam anarquistas e da facilidade com que batizavam e excomungavam os outros.
A propósito da lista, como é possível que ele se tenha esquecido do Oscar Wilde. The Soul of the Man under Socialism é para mim um dos melhores ensaios anarquistas de sempre.
Acho que entre os lusófonos seria essencial incluir o Edgar Rodrigues.
já agora, eu não vejo a anarquia como uma bonita utopia no futuro distante. é mais complicado do que isso. a liberdade e a autoridade convivem na esfera humana. uma sociedade muito mais libertária do que autoritária é perfeitamente possível (em vários contextos, do mais primitivo ao mais avançado tecnologicamente). A passagem de um estado autoritário a um estado libertário pode ser muito rápida (uma década; uma geração). E sejamos francos, muitos de nós vivem na prática num estado bastante libertário, e naquilo em que não o fazem essa libertação poderia ser obtida com relativas poucas mudanças. A opressão e a coerção não só não são inevitáveis como são desnecessárias e, como tal, podem ser descartadas facilmente quando um determinado "equilíbrio pontuado" é superado. Mas a transição é menos revolucionária ou reformista do que "reformulocionária". A maneira como eu vejo a minha prática política é precisamente nesse modo "reformulocionário".
já agora, eu não vejo a anarquia como uma bonita utopia no futuro distante. é mais complicado do que isso. a liberdade e a autoridade convivem na esfera humana. uma sociedade muito mais libertária do que autoritária é perfeitamente possível (em vários contextos, do mais primitivo ao mais avançado tecnologicamente). A passagem de um estado autoritário a um estado libertário pode ser muito rápida (uma década; uma geração). E sejamos francos, muitos de nós vivem na prática num estado bastante libertário, e naquilo em que não o fazem essa libertação poderia ser obtida com relativas poucas mudanças. A opressão e a coerção não só não são inevitáveis como são desnecessárias e, como tal, podem ser descartadas facilmente quando um determinado "equilíbrio pontuado" é superado. Mas a transição é menos revolucionária ou reformista do que "reformulocionária". A maneira como eu vejo a minha prática política é precisamente nesse modo "reformulocionário".
Rui Tavares,
Peço que não interprete mal a expressão "bonita utopia para um futuro distante" - o tom parece relativamente pejorativo porque pretende captar a perspectiva de quem considera que a sua posição (que assumi também como minha) se compromete demasiado com as actuais estruturas para poder ser considerada "revolucionária" e menos ainda "anarquista". Naturalmente, não partilho desse desdém: não faria sentido tê-lo pela minha própria posição.
Eu não me chamo a mim próprio anarquista não porque não simpatize/identifique com os ideais, com os valores, ou com o futuro que os anarquistas procuram; mas sim porque essa categoria "na prática" engloba mais do que esses ideais/valores/desejos para o futuro - engloba, por exemplo, uma atitude no presente de não compactuar com a Democracia Representativa.
Saber se isso deve estar na categoria de "anarquista" ou não (a questão que nos separa) não é uma questão política, mas sim uma questão semântica.
E no que diz respeito à eficácia da comunicação, creio que a esmagadora maioria das pessoas que usa o termo "anarquista" faz corresponder ao termo um determinado conceito, que entre outras coisas recusa compactuar com o actual sistema político, e muito menos ter nas instituições dele (partidos, etc.) uma participação activa.
Sinto que se me auto-intitular anarquista estou a contribuir para um mal-entendido: as pessoas vão assumir algo que não é verdade. Nesse sentido, a palavra em vez de permitir transmitir conceitos com mais facilidade, serve para prejudicar a comunicação.
Gostaria que existisse um termo adequado a esta posição: pessoas com um amor radical à Liberdade, que acreditam que no futuro a sociedade poder-se-á organizar de forma anarquista, e gostariam de contribuir para essa mudança, mesmo que de forma gradual ou pequena (se não puder ser maior), e mesmo que participando no (e até defendendo contra recuos para o autoritarismo) actual sistema de Democracia Representativa.
Infelizmente esse termo não existe.
PS- Bem sei que já existiram anarquistas até mesmo em Governos (Espanha antes da guerra civil, por exemplo), mas os termos evoluíram desde então, e as realidade também.
A forma como "anarquia" é usada hoje parece-me mais exclusiva do que já foi.
Miguel Madeira,
Creio que ninguém contesta o Bakunin. De resto, para ser sincero, não conheço grande parte dos nomes apresentados neste post.
De qualquer forma, o esclarecimento do próprio Rui Tavares veio confirmar a minha resposta (a primeira parte dela, pelo menos) ;)
Rui Tavares não é anarquista na prática, porque defende modelos de planeamento central, modelos de autoridade, assim como defende muitas vezes um "desenho" mais eficiente (na sua opinião) das capacidades do Estado.
Um exemplo:
se uma pessoa é anti-guerra, não lhe fica bem defender formas de guerra mais eficientes, mesmo que isso signifique menos mortes.
Tiago Costa
Lista de quem se auto-intitula anarquista. A presença do Woody Harrelson nessa lista mostra que o critério é este.
Acrescenta Jeff Monson. Merece mais do que o Rui Tavares.
Segundo os critérios da caixa de comentários, não vejo porque não possa Lenin figurar dessa lista. Apesar de ter devotado a sua vida e obra à construção do Partido e das teorias de ditadura de proletariado, também ele, como aliás todos os comunistas, lutavam pela extinção do Estado a longo prazo.
Além disso, Lenin era também um LSD, já que era militante dos bolcheviques, a fracção maioritária do Partido Social Democrático Operário Russo.
Se o critério for notoriedade além-fronteiras, há dois nomes que faltam: Ferreira de Castro (durante décadas o escritoe português mais traduzido, e ainda hoje publicado em França, e não só); como homem de acção, Germinal de Sousa.
Post a Comment