O campo do "não" agora usa o argumento "às dez semanas já há um coração que bate".
Mas, vamos lá ver: o argumento "pró-vida" tradicional era que "a vida começa na concepção" (tanto os óvulos como os espermatozóides são células vivas, mas pronto...). Se a ideia continua a ser essa, o coração já bater ou não às 10 semanas é irrelevante.
Assim, ao usarem esse slogan, estão implicitamente (mesmo que involuntariamente) a levarem a discussão para o ponto "que grau de desenvolvimento orgânico o embrião tem de ter para ser considerado pessoa?". Ora, a partir do momento em que o debate vai para esse ponto, porque é que a fronteira há de ser "o coração que bate" e não "o cérebro que funciona"? Afinal, se, devido a uma malformação, um bebé nascer com uma cabeça e dois corações, ninguém vai dizer que nasceram dois bebés, e os pais poderão sentir grande aflição enquanto o problema não for resolvido, mas quase de certeza que eles e os médicos não vão sentir grandes complicações éticas acerca de que coração extrair (apenas dúvidas de ordem pragmática). Agora imaginem como é se nascer um(?) bebé com duas cabeças e um coração (não sei se é biologicamente possível, mas vou assumir que sim) - em principio serão considerados como 2 bebés e se for necessário "sacrificar" um de certeza que será uma decisão muito mais dolorosa, não apenas a nivel pragmático, mas também a nível ético e emocional.
[Alguém poderá achar esta minha posição de considerar que o marco para o embrião ser considerado pessoa é "o cérebro que funciona" e não "o coração que bate" como uma posição tipicamente "cerebral" e "insensível", mas convém lembrar que mesmo aquilo a que na linguagem poética-metafórica se chama "coração" - o espaço das emoções e sentimentos - fica no cérebro]
Mas, vamos lá ver: o argumento "pró-vida" tradicional era que "a vida começa na concepção" (tanto os óvulos como os espermatozóides são células vivas, mas pronto...). Se a ideia continua a ser essa, o coração já bater ou não às 10 semanas é irrelevante.
Assim, ao usarem esse slogan, estão implicitamente (mesmo que involuntariamente) a levarem a discussão para o ponto "que grau de desenvolvimento orgânico o embrião tem de ter para ser considerado pessoa?". Ora, a partir do momento em que o debate vai para esse ponto, porque é que a fronteira há de ser "o coração que bate" e não "o cérebro que funciona"? Afinal, se, devido a uma malformação, um bebé nascer com uma cabeça e dois corações, ninguém vai dizer que nasceram dois bebés, e os pais poderão sentir grande aflição enquanto o problema não for resolvido, mas quase de certeza que eles e os médicos não vão sentir grandes complicações éticas acerca de que coração extrair (apenas dúvidas de ordem pragmática). Agora imaginem como é se nascer um(?) bebé com duas cabeças e um coração (não sei se é biologicamente possível, mas vou assumir que sim) - em principio serão considerados como 2 bebés e se for necessário "sacrificar" um de certeza que será uma decisão muito mais dolorosa, não apenas a nivel pragmático, mas também a nível ético e emocional.
[Alguém poderá achar esta minha posição de considerar que o marco para o embrião ser considerado pessoa é "o cérebro que funciona" e não "o coração que bate" como uma posição tipicamente "cerebral" e "insensível", mas convém lembrar que mesmo aquilo a que na linguagem poética-metafórica se chama "coração" - o espaço das emoções e sentimentos - fica no cérebro]
1 comment:
obvio, no entanto há estudos que demonstram que o coração possui uma especie de neuronios.
alias há casos de pessoas que se dizem e mudaram de habitos de vida após o transplante de coração. estes habitos de vida, são por acaso muito parecidos com os habitos dos doadores.
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