Tuesday, March 25, 2008

Onde estariamos?


Aos iraquianos ou ao resto do mundo?

A respeito dos iraquianos, teriam mais segurança mas menos liberdade (independentemente do que Benjamin Franklin achasse desse trade-off).

Ao resto do mundo, suspeito que não lhe fizesse grande diferença (isto é, haveria mais soldados norte-americanos no Afeganistão e menos no Iraque, Mariano Rajoy seria primeiro-ministro de Espanha e se calhar Euskadi já teria avançado com um treferendo incnostitucional sobre o Estatuto Autonómico).

E, poderá perguntar-se, que movimentos o regime iraquiano teria feito nos últimos anos? Em principio, não teria invadido nenhum país vizinho (já que já sabia que o resultado seria o mesmo que em 1991); também não lançaria nenhum ataque com ADMs contra Israel, já que sabia que o resultado seria a inceneração nuclear do Iraque (aliás, mesmo na guerra de 1991, Saddam não usou armas químicas - que tinha na altura - contra Israel); é duvidoso que (mesmo que as tivesse) fornecesse armas nucleares, químicas ou biológicas à Al-Qaeda: afinal, o propósito de desenvolver armas todo-poderosas é fortalecer o potencial militar e criar medo nos outros países, logo não faz sentido dar o controle dessas armas a terceiros (na Guerra Fria, a URSS ou os EUA alguma vez equiparam os grupos de guerrilha que apoiavam com ADMs?).

Finalmente, não é necessária muita imaginação para imaginar como seria o mundo (e o Médio Oriente, em particular) se estivesse no poder uma ditadura baathista, dominada por uma familia (quase uma monarquia virtual), com laços com grupos terroristas e suspeita, segundo alguns, de possuir ou desenvolver ADMs - esse regime ainda existe: é a Síria (quase uma irmã gémea do antigo Iraque), que, segundo alguns, tem influencia desestabilizadora no Líbano (ou talvez o Líbano tenha capacidade para se desestabilizar sem ajuda de ninguém) mas que, de resto, não tem feito grande mal ao mundo.

2 comments:

Anonymous said...

Também a guerra-/invasão não tem feito grande mal ao mundo (sem ser talvez aos próprios EUA e Iraque/região). O mundo vive bem e prospera à margem destas coisas.

Anonymous said...

O regime de Saddam teve uma natureza imprevisível ao contrário do que sucedeu e sucede com os Assad da Síria. É isso que as mais variadas analises falham ao falar sobre Saddam. Irão a caminhar para o nuclear com Saddam a ir pelo mesmo caminho.

O conselheiro para o Médio Oriente da Administração Clinton, que foi quem escreveu o livro mais favorável á invasão do Iraque, esteve numa sessão de perguntas e respostas aqui: http://www.cfr.org/publication/5212/threatening_storm.html?breadcrumb=%2Fbios%2F317%2Flisa_anderson

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