Há dias, foi noticia que um relatório do Fundo Económico Mundial dizia que "quarta revolução industrial pode causar a perda de cinco milhões de empregos em cinco anos nas principais economias mundiais".
Isso não porá em causa a minha opinião que a "revolução-tecnológica-que-vai-destruir-montes-de-empregos-por-causa-da-automatização, simplesmente... não existe"?
Vamos ver a notícia com mais pormenor:
Depois da primeira revolução (advento da máquina a vapor), da segunda (electricidade, linha de montagem) e da terceira (eletrónica, robótica) vem a quarta que combina diversos factores no trabalho, como a Internet e os dados que transformam a economia. Estas alterações resultam numa perda líquida de mais de cinco milhões de empregos nos 15 principais países desenvolvidos e emergentes, diz o FEM que analisou a situação em economias como a dos Estados Unidos, Alemanha, França, China e Brasil.A população ativa dos Estados Unidos, Alemanha, França, China e Brasil em 2014 era de cerca de 1.150 milhões de pessoas (e esses são apenas 5 dos tais 15 países); assim, os 5 milhões de empregos destruídos corresponderão a pouco mais que 0,4% da população ativa. Sim, poderá ser trágico para grande parte dessas pessoas, mas para a economia no seu conjunto não me parece uma destruição de empregos por aí além.
3 comments:
Acho que te está a escapar um detalhe, Miguel.
Se tu tens uma perda líquida de postos de trabalho (mesmo que pequena) o aumento do desemprego vai ser avassalador.
Lembra-te que a população activa em muitos destes países vai continuar a aumentar. Mesmo que o número de postos de trabalho se mantivesse constante (descontando os tais 15 milhões que podem ser pouco relevantes), o desemprego iria aumentar significativamente.
E isto é só o começo...
"Lembra-te que a população activa em muitos destes países vai continuar a aumentar. "
Será que vai? Para falar a verdade, antes de escrever o post até pensei em meter um ponto adicional dizendo qualquer coisa como "e com a quebra demográfica - nos paises mais ricos - e o aumento da escolaridade - nos menos desenvolvidos - a redução da população ativa há de «comer» esse desemprego tecnológico".
Prevê-se um aumento da população mundial significativo nas próximas décadas, mesmo que eventualmente a população vá estagnar. Na maior parte dos países ricos o saldo migratório mais que cobre o saldo natural, e nos países pobres o aumento da esperança média de vida (que passa também por uma redução da mortalidade antes da idade de reforma) provocará um aumento da população activa superior à redução devida ao aumento da escolaridade.
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