Um argumento que tem sido levantado contra a prática da IVG em hospitais públicos é que não será justo que as pessoas que são contra a legalização terem que pagar impostos para financiar a prática de abortos.
Poder-se-á argumentar que já há inúmeras situações em que temos que pagar impostos para coisas a que nos opomos (desde os defensores da legalização das drogas que têm que pagar os impostos gastos na repressão do tráfico até aos Testemunhas de Jeová que pagam os impostos que financiam as transfusões de sangue). No entanto, talvez seja possível resolver esse problema, assegurando simultaneamente que as mulheres pobres possam praticar abortos e que ninguém tenha que pagar algo que vai contra a sua consciência.
Uma hipótese seria os abortos voluntários praticados nos hospitais públicos serem pagos por um fundo próprio, financiado por um imposto especial lançado sobre as clínicas privadas de abortos - assim, de certeza que o dinheiro vinha de bolsos que não tinham objecções ao aborto.
Outra hipótese (mais complementar que alternativa à primeira) era, para os utentes com um rendimento maior que "X", os abortos nos hospitais públicos serem pagos e essa verba usada para financiar os abortos para quem ganhe menos que "X".
Todavia, tenho sérias dúvidas que estas soluções fossem financeiramente viáveis.
1 comment:
eu penso que a questão aqui é outra, uma questão de saude publica.
a pessoa ao pagar impostos, mesmo que não concorde com a questão particular do aborto, está a salvar a vida de uma pessoa que poderia morrer ou sofrer uma dor agonizante até ao fim da vida.
por outro lado, a questão do aborto é uma questão individual de quem o quer e faz, e os outros cidadãos, porque a saude ainda é um direito, tem de ajudar a manter a maquina da saude de pé seja para que for.
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