Rodrigo Moita de Deus escreve que "[q]ualquer produção cultural financiada pelo Estado tem o nome técnico de “propaganda (...). O papel do Estado na cultura deve ser reduzido ao essencial: não deixar cair as muralhas dos castelos e garantir que os museus têm um funcionário para abrir a porta aos visitantes."
E, pergunto eu, se se recusa a produção cultural financiada pelo Estado, porque é que se há-de aceitar que o Estado tome conta das muralhas dos castelos (em vez de vender os castelos que tenham perdido a sua utilidade militar) e dos museus (em vez de os vender também)?
Eu até compreenderia a lógica de alguém que argumente que o Estado deva retirar-se completamente da cultura; mas não percebo a lógica do argumento que o Estado se deve retirar a produção cultural e concentrar-se no património - porque é que o Estado subsidiar produção cultural no presente é "propaganda" e não o é subsidiar a manutenção da produção cultural passada?
E, pergunto eu, se se recusa a produção cultural financiada pelo Estado, porque é que se há-de aceitar que o Estado tome conta das muralhas dos castelos (em vez de vender os castelos que tenham perdido a sua utilidade militar) e dos museus (em vez de os vender também)?
Eu até compreenderia a lógica de alguém que argumente que o Estado deva retirar-se completamente da cultura; mas não percebo a lógica do argumento que o Estado se deve retirar a produção cultural e concentrar-se no património - porque é que o Estado subsidiar produção cultural no presente é "propaganda" e não o é subsidiar a manutenção da produção cultural passada?
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