Friday, August 17, 2007

Milho transgénico (II)

A respeito da destruição, por activistas da "Verde Eufémia", de um campo de milho transgénico, levantam-se 3 questões (i.e., levantam-se mais - estas são as que eu levanto):

1º será que a plantação é realmente prejudicial? O argumento é de que o polén do MON81, além de contaminar as culturas vizinhas, pode provocar o cancro, mas não faço a mínima ideia se isso é verdade ou apenas um "mito urbano";

2º assumindo que a plantação é nociva, será legitimo recorrer à auto-defesa directa contra ela? Afinal, pode-se argumentar que, se cada um de nós decidir fazer "justiça" sempre que ocorra algo que achemos errado, acabaremos aos tiros uns com os outros; o contra-argumento é que a escravatura também foi legal em tempos... Curiosamente, alguns dos críticos da acção até me parecem simpatizar também com a ideia da "auto-defesa directa" (se é que eu interpretei bem o que eles pretendiam dizer nos posts);

3º assumindo que a "auto-defesa directa" é indesejável, qual deverá ser o nível de governo com autoridade para definir se se pode ou não plantar transgénicos? A mim parece-me que o ideal deve ser o município, já que os eventuais efeitos de poluição provocados pelo pólen transgénico ocorrem mais intensamente a nível local (mas maior do que a de uma pequena freguesia). Agora, eu não faço ideia de qual a opinião do município de Silves sobre os transgénicos (foi apresentada uma proposta contra os transgénicos na Assembleia Municipal, mas desconheço se foi aprovada) - no entanto, a resolução da Junta Metropolitana declarando o Algarve "Zona Livre de Transgénicos" parece-me ter mais valor (segundo o critério de que a decisão deve ser local) do que a resolução da Comissão Europeia que autorizou o cultivo deste tipo de milho.

2 comments:

Luís Bonifácio said...

"auto-defesa" directa serão os tiros de caçadeira que matarão alguns dos vândalos no seu próximo acto terrorista. Os agricultores, gente esquecida e insultada pelo poder central, ao verem a passividade (apoio) da GNR (Estado) aos vândalos, não hesitaram em defender a sua propriedade privada e o seu ganha-pão.

Anonymous said...

O argumento do cancro é obscurantismo. Não tem outro nome.