The New Brazilian Right, por Nick Burns (American Affairs*), uma análise aparentemente aprofundada das ideias e percursos de Olavo de
Carvalho, Ernesto Araújo e de um Bruno Tolentino (de que eu nunca tinha
ouvido falar).
O artigo apresenta Ernesto Araújo como uma espécie de William F. Buckley brasileiro, tentando unir liberais e conservadores, e isso fez-me lembrar algo que já me tinha passado pela cabeça: embora seja frequente (a começar pelos próprios) apresentar Bolsonaro como parte do mesmo fenómeno que Trump, Salvini ou Orbán, a mim parece-me que Bolsonaro em muito aspetos é mais uma variante, não do trumpismo, mas do conservadorismo norte-americano pré-Trump - o governo Bolsonaro parece uma versão extremada da combinação "fusionista" de liberalismo económico, conservadorismo social e militarismo, enquanto Trump e os seus congéneres europeus parecem (pelo menos na retórica) nem valorizar muito o liberalismo económico. Aliás, a sociologia dos fenómenos parece confirmar isso - enquanto Trump tem o seu maior apoio entre a classe operária branca, no Brasil parece ter sido a elite instruída que mais apoiou Bolsonaro (pelo menos em termos relativos).
*A American Affairs é uma revista mais ou menos nacional-conservadora
Thursday, August 22, 2019
Raízes da "nova direita" brasileira
Publicada por Miguel Madeira em 10:34
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