Pacheco Pereira, na Sábado e no Abrupto, escreve que as guerras de Israel foram "sempre de natureza defensiva [e] não adianta explicar aos que estão de má fé que o carácter ofensivo de algumas operações militares nada tem a ver com o carácter defensivo do conflito". Imagino que o que JPP queira dizer seja que, mesmo que tenha sido Israel a iniciar as acções militares nas guerras de 1956, 1967 e em várias invasões do Líbano, essas guerras foram à mesma "defensivas", já que foram feitas no contexto estrutural da oposição dos estados árabes à existência do Estado de Israel (logo, tiveram como objectivo proteger Israel da ameaça árabe).
Esse raciocinio até tem a sua lógica, só que pode facilmente ser virado ao contrário: pode-se também argumentar que, embora tenham sido os árabes a iniciar militarmente as guerras de 1947-49 e de 193, essas acções foram "defensivas" já que a primeira foi feita em resposta à criação de "estado judeu" em território tradicionalmente árabe, e a segunda em resposta à ocupação de mais território árabe seis anos antes.
A questão é que ver se uma guerra é "defensiva" ou "ofensiva" olhando, não para quem começou a guerra, mas para "o contexto mais amplo" tem esse problema: por definição, o lado que achamos que tem razão está sempre à "defesa", mesmo que seja ele a iniciar as hostilidades.
3 comments:
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