Saturday, April 17, 2010

Privatizações e estagnação económica

Em The Portuguese Economy, Ricardo Reis aventa a hipótese das privatizações (ou, pelo menos, da forma como foram feitas) serem responsáveis pelo baixo crescimento económico da última década:

For maximizing efficiency and welfare, there is only one thing worse than a public monopoly: a government-protected private monopoly.
O autor esclarece logo ao principio que não está a defender uma economia planificada cheia de empresas públicas, e imagino que ser linkado por um blogue como o Vento Sueste deva ser das últimas coisas que ele quereria....

Já agora, a solução que propus há uns tempos para a questão dos "monopólios naturais".

2 comments:

rui fonseca said...

Não penso que a solução cooperativa tenha méritos que erradiquem os inconvenientes e mantenham as vantagens das já experimentadas.

Por uma razão simples: Também as cooperativas tendem a ser dominadas por um grupo restrito que alcança o poder e se torna hereditário por cooptação informal.

Ainda ontem me dizia um colega meu, associado numa cooperativa de fruticultores na região do Dão,que vende a fruta à cooperativa mas ainda não recebeu pelas entregas feitas em 2008, não sabe o preço que vai receber, nem tão pouco que adiantamento lhe vão fazer porque nunca pagam a totalidade uma vez calculado o valor da entrega.

Perguntei-lhe, mas já sabia a resposta: Mas porque não te candidatas à direcção?
Respondeu-me ele: Porque a cooperativa é dominada por um grupo inexpugnável.

Quando isto acontece, e acontece frequentemente, com cooperativas e associações com centenas ou poucos milhares de sócios, o que não aconteceria com uma EDP cooperativa?

Mas ainda que acontecesse esse fenómeno estranho de se inventar uma direcção cooperativa imune aos interesses individuais ou dos diferentes subgrupos que integram a cooperativa que critérios elegeriam eles para fixar os preços?

Uma das disputas seria a politica salarial. Antes de fixar preços de um monopólio tem de se fixar a formação dos custos. E é aí está todo o busílis da questão.

Eu proponho que os rendimentos dos monopólios de facto e da função pública (também um monopólio de facto, toda a gente fala do preço da electriciade mas não se fala do preço dos serviços prestados pela função pública) não deveriam, constitucionalmente crescer acima do crescimento do rendimento nacional em cada ano.

Seria economicamente eficiente e socialmente justo.

Que lhe parece?

rui fonseca said...

Já gora só mais um comentário: Diz o M Madeira que "imagina que ser linkado por um blogue como o Vento Sueste deve ser das últimas coisas que ele quereria."

Mas olhe que o seu link está lá.

Por razões que desconheço, mas que se têm repetido com o Portuguese Economy, o meu (colocado no post UMA QUESTÃO POLÉMICA?) estava e deixou de estar...