Aqui e ali têm aparecido referências românticas quanto à possibilidade de uma economia de crescimento zero alegadamente porque os recursos estão a acabar, etc.
As consequências lógicas de crescimento zero é:
- as pessoas deixariam de poupar, consumindo toda a produção
- E assim, não existiria o investimento em aumentando a produtividade (que reduz o número de recursos por output)
- para atingir o pleno emprego, os salários terão de descer até um ponto de equilíbrio (como alternativa a o crescimento permitir pagar os actuais salários a todos)
A possibilidade do crescimento zero ser compatível com aumento de produtividade é manter a produção total só que com menos recursos, o que poderia incluir a diminuição gradual das horas de trabalho por dia.
No final, o argumento dos "recursos estão a acabar" deve ser visto no contexto dos preços, porque se estão a acabar, os preços vão subindo incentivando formas alternativas de utilização na direcção de recursos renováveis (como conceito genérico, pode ser reutilização, etc).
No final, é o consumidor, a sua cultura e valores, que determina a relação entre crescimento de produtividade e a escolha entre maior produção ou menor utilização absoluta de recursos (o que inclui menos horas de trabalho por dia).
Thursday, September 16, 2010
Economia de crescimento zero
Publicada por CN em 09:26
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
1 comment:
"No final, é o consumidor, a sua cultura e valores, que determina a relação entre crescimento de produtividade e a escolha entre maior produção ou menor utilização absoluta de recursos (o que inclui menos horas de trabalho por dia)."
Aquilo que na Esquerda é conhecido por "relação de forças", não entra nas suas equações, portanto... Um exemplo simples: ainda que a grande maioria da população preferisse utilizar transportes públicos, não o faz porque o mercado "pede" automóveis privados (o sector é mais lucrativo). Isto porque, afinal de contas, não existe "o consumidor", existem é consumidores com diferentes níveis de poder de compra.
E essa questão do tempo de trabalho é muito interessante, mas o que se verifica na realidade é uma tendência no sentido de se prolongar o tempo de trabalho, quer semanal, quer de tempo de vida. (Claro que pode argumentar que os 65 anos de reforma são impostos pelo Estado, mas esse é para mim um exemplo claro de vitória do Trabalho.)
Post a Comment