Monday, December 27, 2010

Aquecimento global e "liberdade retirada"

N'O Insurgente, Ricardo Francisco escreve "A pergunta que continua a ter de ser respondida (...) é se os resultados do combate ao AG compensam toda a liberdade retirada e recursos necessários para esse combate".

Não é preciso retirar liberdade nenhuma para combater o aquecimento global - é só reduzir as emissões de gases de estufa, ou através de um imposto sobre a poluição, ou através de um sistema de cap-and-trade atribuido por leilão, e usar as receitas para reduzir os outros impostos (como defende, p.ex., Gregory Mankiw), que não há redução nenhuma de liberdade (a intervenção do Estado na sociedade mantêm-se no mesmo nivel, muda é as áreas onde se exerce).

6 comments:

Anonymous said...

claro que se dá uma redução da liberdade, da liberdade de poluir.
agora o cap and trade é um falhanço vendo pelo que aconteceu na europa. por outro lado, o acordo facultativo que saiu de cancun é uma fantochada, tendo em conta que o que está acordado vai provocar um aumento de 4 graus, que os cientistas concordam, é insuficiente para evitar catastrofes. já para não falar do elefante no quarto, os eua não assinarem quioto, que apesar de insuficiente, é um acordo que prima pela obrigatoriedade, pois inclui sanções.

na minha humilde opinião, e tendo em conta que por ano 100 000 pessoas são afectadas pelas alterações climáticas, o que se apresenta com esta brincadeira é um assassinato em massa.

por outro lado, tendo em conta que muitas das acções que tomamos no dia a dia afectam todos os que estao à nossa volta, como por exemplo conduzir carro privado, a limitação da sua circulação nos centros seria uma boa ideia. e isto não só pelo aquecimento, como pela saúde dos cidadãos.

outro ponto é a ideia de que os carroas electricos vão resilver tudo, nem por isso: primeiro porque a sua entrada está a ser muito lenta; segundo, a tecnologia é má. o que deviamos estar a fazer era reabilitar o transporte energético com cabos eficientes (40 a 50% da energia é perdida só nos cabos), e apostar no carro a ar comprimido.

de tudo o que li e estudei, o ar comprimido é a energia do futuro, tanto como forma de armazenamento, como para alterar as formas de transporte altamente ineficientes (a idade da pedra) que são os automoveis a petroleo e a electricidade.

Miguel Madeira said...

Pelo pouco que sei sobre o ar comprimido (creio que é muito usado pelos amish...), o ar comprimido é apenas uma forma de transporte de energia (é preciso outra energia qualquer para o gerar).

PR said...

A argumentação dos insurgentes parece um castelo de cartas. Chega-se o pé a uma das bases e aquilo começa tudo a abanar.

Miguel Madeira said...

Ainda a respeito do cap-and-trade, creio que o falhanço do cap-and-trade não está no sistema em si, mas nas metas determinadas.

Em certo sentido, o cap-and-trade tem a vantagem de facilmente podermos discutir se é muito, se é pouco, etc.

Compare-se com regulamentações do género "proibir lampadas incandescentes", que é quase impossivel determinar que efeito vai ter nas emissões de CO2, e portanto muito menos sujeito ao escrutinio e debate público.

Anonymous said...

"o ar comprimido é apenas uma forma de transporte de energia (é preciso outra energia qualquer para o gerar)."

sim, é uma forma de criar energia potencial, e essas formas já existem, imaginemos uma eolica a baixo custo cuja função é bombear ar por exemplo, em vez de produzir electricidade para essa electricidade ser transformada noutra coisa e por aí alem.

o ar comprimido permite reduzir o peso dos carros dá maior segurança e não é preciso andar a contruir postes electricos por todo o lado, como o que se preparam para fazer. e acho que já sabemos de onde vem o dinheiro para isso...

Anonymous said...

sobre o cap and trade, o problema é que é muito sujeito a corrupção, e o seu principio é preverso, pois dá mais créditos a quem polui mais hoje. e depois temos os offsets que são tudo menos faceis de medir, alias um relatorio pela EPA diz uma coisa do género: "é impossivel verificar se o que está no papel está a ser cumprido".
aqui o desenvolvimento publico deve ser um imperativo. isso e pôr a pagar quem polui esse desenvolvimento publico nas universidades e por aí alem.