Friday, June 15, 2012

The issue which has swept down the centuries and which will have to be fought sooner or later is the people versus the banks - Lord Acton

Diz-se em Os bancos sem crédito, Lenonel Moura no negócios.pt: "No passado, um Banco era uma entidade altamente prestigiada. Hoje é vista como uma associação de malfeitores."


Também diz: "Não há ninguém para nos explicar o que realmente se passa. E nessa circunstância o melhor é retirar o pouco dinheiro que nos resta e o banco que se lixe"

Ao longo da história a imagem dos bancos sempre foi, na verdade, esta. A razão permanece nas recorrentes bolhas seguidas de crises bancárias e falências. Grandes instituições prestigiadas caíram de um momento para o outro. Os Bancos Centrais aparecem precisamente para prevenir tal coisa, mas o que fizeram foi induzir uma tal dimensão coordenada de ciclos que até o complexo Estado-Bancos treme e as corridas aos bancos sucedem na mesma por outras formas.

A explicação das causas é simples: Tomar depósitos à ordem para si e utilizá-los para conceder crédito e prazo maior em si já é mau, mas acresce que é esta possibilidade que permite aos bancos adicionalmente criarem depósitos para conceder crédito. Tudo nasce de transformarem o depósito de moeda, que devia continuar a ser moeda, numa operação de crédito ao banco.

É um mistério para mim porque tão pouca gente dá conta do assunto embora a tendência comece a mudar. os economistas sobre este assunto têm uma reacção: não têm reacção.

Há um comentário num post do Insurgente curioso:

"Se alguém tivesse razão e a sua teoria estivesse correcta não teríamos crise e tudo se resolvia."

Esta á uma espécie de teoria do conhecimento algo recorrente: "já sabemos tudo,se existisse solução já o saberíamos." Uma teoria de como o conhecimento anda sempre para a frente. Não anda, pode dar grandes saltos para trás, quanto mais presumir que neste ponto se não se sabe é porque não se pode saber.

Mas o problema das ciências sociais e em especial a economia é que a forma de obter conhecimento não passa por matemática ou estatística ou experiências empíricas. Só a lógica argumentativa correctamente construída faz a prova ou falsidade.

Depois existem os interesses, dos bancos, dos estados e das suas elites. Por alguma razão os agricultores costumavam ser os mais desconfiados da banca, as bolhas incentivam o crédito(e vice-versa), depois quando rebentam os bancos iam reivindicar a sua propriedade, enquanto os bailouts os amparavam (aos bancos). E a primeira forma de bailout foi permitir aos bancos suspender o levantamento de depósitos sem entrar em falência e liquidação... ao contrário dos agricultores. Qualquer economista dirá que tem de ser assim (suspensão de pagamentos). Lá se vão os contratos e direitos de propriedade... dos mais pequenos.

Sim, existe uma guerra surda ao longo dos séculos entre a banca e o povo.E os economistas não têm estado do lado do povo (nem os juristas...porque existe uma questão de direito, nesta coisa dos depósitos à ordem não serem de facto depósitos).

No comments: