Tirando a Luisiana e os casos expectáveis do Alasca e do Arizona, temos que as maiores subidas de McCain foram no que (sobretudo durante a Guerra da Secessão) poderiamos chamar "Estados fronteiriços" - isto é, estados/territórios esclavagistas que, ou não sederam (West Virginia, Kentucky, Oklahoma), ou só sederam depois de começar a guerra (Tennesse, Arkansas), enquanto, quer no "Sul profundo", quer no resto do país, os Democratas subiram (note-se que eu não estou a dizer que este padrão se aplica a todos os "estados fronteiriços" - afinal, Virginia e Carolina do Norte, os grandes sucessos Democratas, também pertecem à categoria "Estados que só sederam depois de começar a guerra").
A explicação para isso é fácil - em termos percentuais, e olhando apenas para os eleitorado branco, os Republicanos só subiram no Sul e pouco mais. No Sul propriamente dito isso foi anulado pelo peso demográfico dos negros, mas, na zona de transição (onde havia poucas plantações, logo poucos escravos, logo poucos negros) esse efeito foi mais vísivel.
Onde eu quero chegar com isto? Que, se os Democratas obtiveram uma vitória conjuntural (não houve qualquer mudança significativa nos padrões de votação), a sua principal dificuldade estrutural (o apoio que, nas eleições nacionais, os brancos do Sul dão aos Republicanos, mesmo contra os seus interesses económicos - afinal, o Sul e a Appalachia são as regiões mais pobres dos EUA) parece que se está a reforçar.
Ou seja, parece-me que os Democratas conquistaram votos de eleitores flutuantes (que noutra eleição podem passar facilmente para os Republicanos - nomeadamente os votos que Obama obteve entre a alta burguesia), enquanto os conservadores consolidaram a sua base de apoio.
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