Miguel Portas escreve "A [eleição] que hoje decorre é das que contam.Como a de Roosevelt, em 1932, a de Kennedy em 60 ou, pelos piores motivos, a de Reagan na viragem para os anos 80".
Exactamente, o que é que Kennedy fez (além de, estilo James Dean, ter "morrido cedo com um cadáver bonito"*)?
Bem, iniciou o envolvimento norte-americano em larga escala no Vietname e deixou o mundo à beira da guerra nuclear (talvez só evitada graças a um obscuro oficial soviético).
Poder-se-á responder que abriu caminho ao fim da segregação racial, mas as primeiras medidas anti-segregacionistas já vinham do tempo de Eisenhower, e, à época, os Democratas eram o partido do Ku Klux Klan, logo até é possível que uma administração republicana fosse mais activa nesse aspecto; de qualquer forma, o fim da segregação deve muito mais a Martin Luther King, aos Peregrinos da Liberdade ou aos manifestantes de Selma do que a qualquer presidente, congressista ou juiz do Supremo Tribunal.
*essa expressão costuma ser atribuida a Dean; na realidade, é de John Derek (o futuro marido de Bo Derek), no filme "O Crime não Compensa" (de Nicholas Ray, o mesmo realizador de "Fúria de Viver" - a ligação deve vir daí)
1 comment:
Noam Chomsky tem um livro inteiro sobre o assunto, "Rethinking Camelot".
Basicamente o que ele demonstra é que Kennedy foi um pesidente tão mau ou pior do que os outros.
Luís Lavoura
Post a Comment