Sunday, March 08, 2009

Henrique Raposo sobre a Guiné-Bissao e a cocaina

Henrique Raposo no Expresso:

A Maldição da Cocaína

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Ricardo Soares de Oliveira escreveu um livro essencial para compreender esta sina africana, agora simbolizada pela Guiné-Bissau (...). [O] livro acaba por ser uma ilustração do impacto negativo do petróleo em África. As "petroelites" africanas não utilizam as receitas do petróleo para edificarem as funções básicas da soberania. Pelo contrário: as receitas são usadas para perpetuar no poder uma pequena clique. E, apesar de estar atento às pressões estruturais derivadas da geopolítica do petróleo, Soares de Oliveira responsabiliza, acima de tudo, as elites locais por este descalabro africano. Afinal de contas, as multinacionais petrolíferas não obrigam as elites locais a desprezar por completo o resto da população. Essas elites actuam desta forma predatória, porque escolheram conscientemente este caminho. Ora, este raciocínio pode ser aplicado ao caso da Guiné-Bissau. Com uma ressalva, claro: o 'recurso' que amaldiçoa a Guiné-Bissau não é o petróleo, mas a droga sul-americana.

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Maldita Cocaína

Muita gente considerou que "Tropa de Elite" era uma obra 'fascista'. Não vou aqui comentar essa - descabida - opinião. Quero apenas relembrar uma cena do filme: o pelotão do 'Bope' mata dois traficantes; de seguida, prende um daqueles playboys ricos que, ao comprarem droga, alimentam o tráfico e a favela. No meio da confusão, o protagonista do filme diz o seginte ao playboy: "a culpa disto tudo é tua; quem matou aqueles dois foi você" (...).

[negritos - ou "rouxitos" - meus]

1 comment:

Anonymous said...

Sempre de antologia as crónicas do Raposo.

"Amanhã vou comprar uma resma de papel, perdão, vou cortar umas árvores." Já agora...