Sobre este assunto, o CN escreve:
Um aumento de procura de moeda não deve ser visto como uma procura de X unidades adicionais de moeda, mas sim como um aumento de reserva de poder de compra. Ora, o primeiro efeito que um aumento da procura de moeda tem é a de proceder a uma baixa de preços nominais. E este efeito é curioso. Dado que o objectivo final é o aumento de poder de compra detido sob a forma de unidades de moeda, o aumento da procura de moeda tem o efeito cumulativo de descer os preços nominais e assim aumentar o poder de compra da anterior quantidade de moeda o que faz com que ex-post, o número de unidades de moeda necessário para atingir um dado poder de compra final-objectivo será menor que o ex-ante esperado (dado o nível geral de preços ex-ante e ex-post). E este é também um argumento contra a deflaçãofobia nas doutrinas económicas correntes, à medida que os preços vão caindo, o poder de compra dos saldos monetários prévios vai aumentando até um ponto onde o incentivo a serem utilizados é cada vez maior. Existe um efeito auto-correctivo que note-se com grande importância, não existe na inflação quantitativa de moeda (operada em norma em consonância entre os regime políticos e o sistema monetário).A baixa dos preços tem um efeito ambíguo sobre a procura de moeda: por uma lado, preços baixos originam (para a mesma procura real de moeda) menor procura nominal (pelos mecanismo apresentados pelo CN); mas, por outro, preços a baixar originam maior procura real de moeda (já que, se a inflação é negativa, acumular moeda torna-se um melhor investimento) - note-se a distinção que faço entre "preços baixos" e "preços a baixar".
Ou seja, a longo prazo uma deflação em principio vai originar menor procura nominal de moeda, mas a curto prazo até a pode aumentar (mutatis mutandis para a inflação - sobretudo se for muito alta, o primeiro efeito da inflação será levar a pessoas a quererem se livrar da moeda que têm em mãos o mais depressa possível).
No comments:
Post a Comment