MM escreve: “A baixa dos preços tem um efeito ambíguo sobre a procura de moeda”
Deve ser dito em primeiro lugar que a primeira força em jogo para provocar a descida de preços nominais é o próprio crescimento económico. Perante estabilidade monetária, o crescimento traduz-se na decida nominal de preços e isso mesmo foi observado no período da história de maior crescimento económico, no final do séc. 19, cerca de 1870 a 1900. De resto outra coisa não será de esperar, se imaginarmos uma quantidade fixa de moeda, o crescimento significa a baixa de custos unitários, o que torna possível a produção adicional (com os recursos agora libertados pela baixa de custos) que satisfaz precisamente o rendimento adicional proporcionado pela baixa de custos.
A tese do adiamento de consumo fica assim posta de lado, os preços baixam porque os custos baixam e a procura se mantém, ou seja, para os preços baixarem a procura no mínimo mantém-se mas libertando capacidade produtiva ou rendimento para produtos adicionais. Assim, não é de todo certo que se possa afirmar que se os preços baixam a procura de moeda sobe, e até pelo contrário. Se os preços baixam, o poder de compra dos atuais saldos monetários detidos em média pelas pessoas e empresas sobe, portanto, para manter a mesma proporção de poder de compra versus nível geral de preços, uma pequena parte quantitativa tem de ser agora utilizada, precisamente aquela parte marginal que confere agora a capacidade adicional de consumo – sendo isso a materialização do crescimento económico. E esta é assim uma descida de preços benigna.
Outra análise é o que se passa perante um crise económica e bancária e um aumento geral da incerteza. Os preços nominais dos produtos e ativos que mais subiram e foram inflacionados terão de descer (ações, imobiliário, bens de capital, etc.) e assim outras forças entram em concorrência.
A inflação só induzirá um aumento da procura em estágios disfuncionais (em hiperinflação dá-se a fuga para bens reais), em inflação antecipada, os preços limitam-se a subir. Os efeitos reais seriam neutros se fosse possível afirmar que pelo caminho não há beneficiários e perdedores, sendo certo que prejudica o cálculo económico.
(estou a editar e publicar este post utilizando o windows live writer, espero que corra bem).
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