To cut a long story short:
Partindo do pressuposto (muito discutível) que a relação seria provada e incontestada, incluindo que os efeitos do aquecimento são suficientes para se considerarem autónomos de fenómenos puramente naturais ou cíclicos e que esses efeitos são observáveis resultando numa estimativa do que seria um máximo admissível de emissões/ano sem qualquer efeito directo, e uma valor a partir do qual tal causa-efeito é possível ser medida e contabilizada:
Em tais condições, o ar e a sua relação com o CO2 será provavelmente o único verdadeiro Bem Público de acordo com a teoria económica propagada por muitos ditos liberais (quero com isto dizer que pessoalmente rejeito essa classificação e/ou as consequências que tiram dela, mesmo para os exemplos clássicos apontadas nesta teoria como defesa, barragens, etc).
Consequências (vou arriscar ser intuitivo):
Qualquer preço a ser pago por alguém para adquirir qualquer forma de direito relativo a emissões de CO2 (desenhado por legislação ou pelo resultado de litígio e jurisprudência acumulada) será devido:
... a toda a população mundial de forma .... (glup!)... igualitária (pressupõe que a causa-efeito não seja passível de ser localizada e delimitada, considerando assim como consensual a uniformidade do mal causado).
Isto significa em primeiro lugar que não são os Estados que devem receber esses valores (como se preparam) mas sim cada indivíduo (ainda que os Estados pudessem servir de intermediário).
Nota: ainda não estou a tentar tratar que direito seria esse e de que forma é que tal preço se formaria e se existiria alocação por "homesteading" não. Também ainda tenho de pensar se tal direito seria passível de ser vendido e transaccionado. Tendo a pensar que não.
Wednesday, June 25, 2008
CO2 e aquecimento global
Publicada por CN em 14:45
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
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2 comments:
As opiniões do CN sobre "o que fazer se for para fazer alguma coisa" são mais parecidas com as minhas do que eu estava à espera.
Nomeadamente, a ideia de um pagamento pela poluição devido igualitariamente a toda a população mundial é parecido com uma das ideias que eu apresento aqui (leiloar - a nivel nacional - os direitos de emissão de CO2 e usar a receita para financiar um "dividendo do cidadão", distribuido igualitariamente por todos os indivíduos) e com a que apresento aqui (distribuir as quotas de poluição pelos países proporcionalmente à população).
Essas duas ideias, conjugadas, produziriam um resultado essencialmente idêntico ao que o CN propõe.
[onde suponho que já haja mais diferença será na questão "para já, fará sentido fazer alguma coisa?"]
tenho uma visao visao semelhante quanto a parte do igualitario (sem glup)
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