João Carlos Espada deu conta, no Expresso, dos dois recentes livros (um à esquerda [Human Smoke: The Beginnings of World War II, the End of Civilization. By Nicholson Baker. Simon & Schuster, 2008. 566 pages.] e outro à direita [Churchill, Hitler, and "The Unnecessary War": How Britain Lost Its Empire and the West Lost the World, Patrick J. Buchanan]), que põem em causa alguma da percepção geral sobre os eventos das duas guerras mundiais.e em especial o papel de Churchill, que como sabemos (ou deviamos saber) gostava de conflitos militares e era germanofóbico muito antes de existirem nazis (o que conduziu à entrada na WWI, um passo já reconhecido por historiadores mainstream como Niall Fergusson como o maior erro da história britânica).
E mesmo um olhar apressado consegue reunir os factos que dão a primeira guerra como o início das utopias violentas que substituíram uma imperfeita ordem monárquica (ainda assim em mudança) na Europa pelo Estalinismo, fascismo e nazismo, e a segunda como uma vitória total do Estalinismo (depois de ser sabido o que tinham sido os anos 30) e de Mao na Ásia. E tais consequências não podem vir de caminhos incólumes nem sequer meramente imperfeitos, mas sim de erros brutais. Erros como não seguir o tradicional realismo e fins de guerra negociadas e respeito mínimo por status quos de soberanias (como o foi o fim de Napoleão) e a insistência na queda do Kaiser e Habsburgos, ou começar a WWII para apoiar um ditadura militar na Polónia que se recusava a negociar Danzig quando esta tinha participado em Muniche do lado do revisionismo de fronteiras da Checoslováquia - ela mesmo uma consequência de Versailles). Com outra "WWI", o século 20 tinha sido muito mais civilizado, e ainda assim com outra WWII também (uma de defesa da França com mais tempo em vez de declaração imediata de guerra por causa de Danzig-Polónia, e sem o apoio a Estaline que invadiu a Polónia 15 depois de Hitler), e quem sabe um conflito apenas a leste acabaria a derrotar um deles enfraquecendo irremediávelmente o outro.
Entretanto no Colbert Report:
Tuesday, June 10, 2008
Os heróis da adolescência, RIP
Publicada por CN em 16:02
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
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