Negócios: A administração do Banco Português de Negócios (BPN) está preocupada com a dimensão das saídas de depósitos da instituição e admite que a liquidez do banco atingiu valores insustentáveis a curto prazo.
"A saída diária de depósitos, em valores que chegam a atingir as dezenas e mesmo as centenas de milhões de euros, sem a necessária e vital compensação, pela via da captação de novos depósitos, está a conduzir a instituição para uma situação muito delicada e de extrema gravidade", escreveu o administrador, acrescentando que o cenário descrito "compromete seriamente o futuro do banco".
PS: Esta nota interna, como se pode perceber é uma fullfilling prophecy.
As intervenções iniciais em Bancos, com injecção imediata de liquidez e reservas de emergência e ainda garantias, destinam-se a permitir que os maiores depositantes e credores mais informados retirem o seu dinheiro com traquilidade, aqueles que de resto, colocam um Banco em situação de insolvência ao esgotar os 3% a 5% de reservas para a totalidade de depósitos. Depois só mais tarde é que os restantes depositantes são confrontados com os factos, podendo acreditar ou confiar mais ou menos na capacidade do intervencionismo. Neste caso, menos.
No final, os grandes depositantes são os que estão sempre garantidos pelo sistema. Quando se lembram de "fugir" de um banco colocando-o sem reservas (de resto, acto perfeitamente legítimo e racional), aparecem sempre estas reservas para poderem retirar os seus depósitos com a traquilidade de saber que o sistema o protege.
Thursday, April 02, 2009
A vida tranquila dos grandes depositantes
Publicada por CN em 08:24
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
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