Uma questão, sobretudo, para o Carlos Novais e o João Miranda - se o estado pagar 30.000 euros (obtidos via impostos) a uma empresa de catering para cozinhar e servir uma feijoada gratuita a 200 pessoas, quem é o beneficiário dos 30.000 euros? A empresa ou os comensais?
Questão mais geral: se o Estado pagar "x" (do dinheiro dos impostos) a Y, para Y fornecer serviços gratuitos a Z, quem é o beneficiário desse valor "x"? Y ou Z?
8 comments:
Parece ser:
* a empresa; accionistas e trabalhadores
* os comensais
E ainda os gestores do sistema públicos que cobram os impostos a uns e transfere para outros.
Concordo com a divisão do CN mas acho que, na ausência de controlo, a maior parte dos benefícios (o "excedente") será colhida pela empresa. Isto porque, se o Estado der um subsídio de 10 euros por cada refeição, é sempre possível cortar nos custos de forma a que o lucro aumente (às custas dos comensais, claro).
Já duvido de que os trabalhadores da empresa saiam beneficiados, afinal de contas a sua produtividade marginal permanece igual.
"Já duvido de que os trabalhadores da empresa saiam beneficiados, afinal de contas a sua produtividade marginal permanece igual."
Em principio, ao comprar feijoadas, o Estado aumenta a procura por feijoadas, logo o seu preço.
Assim, mesmo que a produtividade marginal "fisica" dos trabalhadores permanece igual, o valor do produto marginal aumenta.
Numa feijoada, a produtividade marginal materializa-se de que maneira?
(não me digam que é o que eu estou a pensar...)
«Em principio, ao comprar feijoadas, o Estado aumenta a procura por feijoadas, logo o seu preço.Assim, mesmo que a produtividade marginal "fisica" dos trabalhadores permanece igual, o valor do produto marginal aumenta.»
De acordo. Mas como não há uma melhoria do contributo relativo de cada trabalhador, não há qualquer aumento da procura por trabalho e o salário de equilíbrio permanece o mesmo.
"não há qualquer aumento da procura por trabalho"
Há - se a empresa que vende feijoadas vai ter mais clientela (paga pelo Estado), a sua procura por trabalhadores vai aumentar, logo em principio vai aumentar o salário dos trabalhadores dessa empresa.
O seu argumento faria sentido num caso muito especial - se a empresa enfrentasse, no mercado de trabalho, uma oferta totalmente elástica de trabalho (ou seja, uma curva da oferta de trabalho horizontal), o que duvido que seja o caso.
Mas o exemplo do post não implica quase necessariamente uma oferta de trabalho completamente elástica ou muito perto disso?
Se o subsídio fosse concedido a várias empresas do ramo, é admissível que a produção total de feijoada aumentasse muito. Mas o subsídio é concedido apenas a uma empresa, pelo que o impacto final, em percentagem do mercado global, deve ser pouco relevante.
A isto acresce o facto de os trabalhadores de uma empresa de feijoada serem provavelmente não qualificados, o que torna o respectivo mercado mais 'poroso'.
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