A partir do conceito de "classe média", surgiu uma espécie de discussão entre o Luis Aguiar-Conraria e a Fernanda Câncio (embora a discussão pareça-me ter-se desviado para questões tangenciais).
O que me questiono é se, num país como Portugal, o próprio conceito de "classe média" terá grande utilidade: das duas uma, ou adoptamos um conceito restrito de "classe média", e aí a "classe média" portuguesa será uma minoria residual (comparável talvez aos imigrantes dos PALOP em peso demográfico), ou então adoptamos um conceito tão lato de "classe média" que a diferença entre a "classe média" e a "classe baixa" torna-se largamente artificial (p.ex., podemos definir que até 750 euros de rendimento mensal é-se "classe baixa" e dos 750 aos 5.000 é-se "classe média", mais aí as diferenças dentro da "classe média" serão muito maiores do que entre a familia típica de "classe média" - que terá um rendimento pouco acima dos 750 - e a familia típica de "classe baixa").
Será que essa mania de falar da "classe média" por tudo e por nada não será apenas uma tara herdade de alguns sociólogos dos anos 50 e 60, que a dada altura convencionaram que as sociedades ocidentais se tinham tornado "sociedades de classes médias"?
3 comments:
Em Portugal, todos são classe média e ninguém é rico. Gosto especialmente de directores de jornais que dizem em programas de debate coisas como "quem paga somos nós, a classe média". E quanto ganha um director de jornal?
Uma coisa posso confirmar: a MFMónica é mesmo da classe média, um dia mostraram a casa dela na tv e constatei isso mesmo. (ironia)
A educação uniformizada até tarde, a meu ver, desvia de vocações naturais muitos alunos. Para quê o ensino de história até tão tarde,p.ex? Quem quisesse, escolhia. E muitas mais disciplinas há que só estão a encher. Educação física? Por favor.
Liberalize it
(último comentário era para o post acima, sobre educação)
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