Penso que a grande variedade de definições de classe média tem origem em que há duas "filosofias" bastante diferentes sobre como definir as classes alta, média e baixa - uma define a classe alta e baixa a partir da média, enquanto outra define a classe média a partir da alta e da baixa.
Isto é, a primeira perspectiva vai primeiro definir a classe média (provavelmente identificada com o individuo típico), e depois quem não for possivel encaixar nesse critério é classificada, ou na classe alta ou na baixa.
Na segunda perspectiva, tende-se a ver a sociedade como estruturada há volta da relação entre a "classe alta" e a "classe baixa" (os nomes variam com as tradições: "burguesia" e "proletariado", "elite" e "povo", etc.), estabelece-se um critério para definir essas classes, e depois, quem não for possivel encaixar nessa dicotomia (em principio por nalgumas coisas parecerem-se com a classe baixa e noutras com a classe alta) é considerado a "classe média".
A grande diferença: enquanto na primeira visão, "classe média" tende a ser identificada com o individuo típico, na segunda este frequentemente é classificado (por vezes quase por definição) na "classe baixa" (ou "trabalhadora", ou "popular"...) e "classe média" são as pessoas que estão acima da massa da população mas abaixo da elite dominante - ou seja, a "classe média" de acordo com a segunda visão é mais ou menos equivalente ao que a primeira visão classificaria como classe média-alta (ou mesmo como alta).
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