O Carlos Novais pergunta "Mas o que significaria o "Não reconhecimento" [da propriedade]?".
Um exemplo - como disse aqui, Robinson Crosué encontra um fonte de água doce na ilha onde foi parar; como foi o primeiro (supõe-se) a utilizar a fonte, torna-se o seu proprietário (de acordo com a teoria Rothbard/Hoppe da aquisição original); uns tempos mais tarde aparece Sexta-feira; Crosué diz-lhe que a fonte é dele (porque foi a primeira pessoa a utilizá-la) e que, portanto, Sexta-feira só a pode utilizar com a sua autorização; no entanto Sexta-feira acha que isso não faz sentido nenhum e vai lá buscar água à mesma (ou seja, a suposta propriedade de Crosué não foi reconhecida pelo resto da "sociedade").
Diga-se que há várias formas de não-reconhecimento da propriedade?
- Pode-se não reconhecer o principio geral da propriedade (exemplo - o Sexta-feira acha que ninguém tem o direito a ser dono de nada)
- Pode-se reconhecer o principio geral da propriedade, mas não concordar com um dado conjunto de regras de aquisição (exemplo - o Sexta-feira acha que ter sido o primeiro a utilizar a fonte não é suficiente para estabelecer a propriedade; ele acha que são necessárias duas gerações de uso continuado para estabelecer esse direito)
- Pode-se reconhecer, em abstracto, quer a propriedade quer as normas de aquisição, mas achar que a propriedade concreta de que estamos a falar não cumpre essas normas (exemplo - o Sexta-feira argumenta que membros da tribo dele várias vezes visitaram a ilha e beberam daquela fonte, logo Crosué não é o "primeiro utilizador")
Wednesday, June 02, 2010
Re: Ainda a propriedade (I)
Publicada por Miguel Madeira em 01:54
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
1 comment:
Mas se foi "deus" a conceder essa propriedade homem algum poderá reverter....
Post a Comment