Como disse, não sei se haverá solução para o problema de, nas escolas, os melhores professores ficarem com os melhores alunos e vice-versa.
Uma coisa tenho certeza - as soluções "liberais" para os problemas da educação não resolveriam este: imagine-se que implementavamos um sistema de "vouchers", em que as familias receberiam dinheiro para pôr os alunos na escola que bem entendessem. Vamos supor que algumas escolas (chamemos-lhe "escolas A") tinham a politica de entregar os melhores alunos aos melhores professores; outras (as "escolas B") faziam ao contrário: entregavam os piores alunos aos melhores professores.
Resultado previsivel: a nível da procura, os pais dos melhores alunos iam inscrever os filhos em "escolas A" e os dos piores em "escolas B" (ambos procurando que os filhos tivessem o melhor ensino possível); a nivel da oferta, é legitimo esperar que os melhores professores preferissem ensinar em "escolas A" (afinal, se actualmente preferem ensinar os melhores alunos, é natural que continuassem a preferir ensinar os melhores alunos). Conclusão: os melhores alunos e professores iriam para as "escolas A" e os piores alunos e professores para as "escolas B" - ou seja, o problema mantinha-se.
É possivel imaginar uma situação em que, devido aos melhores professores estarem nas "escolas A", até os pais do maus alunos os inscrevessem nelas (pensando "É melhor ser ensinado pelo pior dos melhores, do que pelo melhor dos piores"), mas isso iria dar ao mesmo - assim acabaria por só haver "escolas A" (as tais que põem os piores alunos com os piores professores).
E se, como é proposto nalguns modelos de "privatização" da escola, as escolas tiverem o "direito" de escolher os seus alunos, então, ainda pior - não seria mais que a institucionalização aberta do que hoje é feito pela calada.
Uma coisa tenho certeza - as soluções "liberais" para os problemas da educação não resolveriam este: imagine-se que implementavamos um sistema de "vouchers", em que as familias receberiam dinheiro para pôr os alunos na escola que bem entendessem. Vamos supor que algumas escolas (chamemos-lhe "escolas A") tinham a politica de entregar os melhores alunos aos melhores professores; outras (as "escolas B") faziam ao contrário: entregavam os piores alunos aos melhores professores.
Resultado previsivel: a nível da procura, os pais dos melhores alunos iam inscrever os filhos em "escolas A" e os dos piores em "escolas B" (ambos procurando que os filhos tivessem o melhor ensino possível); a nivel da oferta, é legitimo esperar que os melhores professores preferissem ensinar em "escolas A" (afinal, se actualmente preferem ensinar os melhores alunos, é natural que continuassem a preferir ensinar os melhores alunos). Conclusão: os melhores alunos e professores iriam para as "escolas A" e os piores alunos e professores para as "escolas B" - ou seja, o problema mantinha-se.
É possivel imaginar uma situação em que, devido aos melhores professores estarem nas "escolas A", até os pais do maus alunos os inscrevessem nelas (pensando "É melhor ser ensinado pelo pior dos melhores, do que pelo melhor dos piores"), mas isso iria dar ao mesmo - assim acabaria por só haver "escolas A" (as tais que põem os piores alunos com os piores professores).
E se, como é proposto nalguns modelos de "privatização" da escola, as escolas tiverem o "direito" de escolher os seus alunos, então, ainda pior - não seria mais que a institucionalização aberta do que hoje é feito pela calada.
1 comment:
pois... este tema dá pano para mangas.
esta é uma das razões pelas quais sou contra a privatização.
é uma falacia pensar no ensino como uma fabrica de peugas, as coisas não são tão lineares.
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