Tenho andando a ler "Império, Nação, Revolução - as Direitas Radicais Portuguesas no fim do Estado Novo", de um investigador italiano, Riccardo Marchi, sobre os grupos à direita de Salazar e (sobretudo) de Caetano - a revista "Tempo Presente", o Movimento Jovem Portugal, a Frente Nacional Revolucionária, a Cooperativa Cidadela, etc.
Duas coisas que me ocorrem:
Uma é que,se chamamos "fascistas" ao Salazar e ao Caetano, então estes grupos eram o quê? Ou significará isso, exactamente, que "fascista" não é o termo mais apropriado para chamar ao "Estado Novo"?
Outra coisa: é muito frequente o "meme" dos ex-maoístas que se tornaram politcos e/ou comentadores do sistema (a começar pelo Presidente da Comissão Europeia); mas parece que os ex-"nacionais-revolucionários" também não são assim tão poucos.
Uma coisa que já me tenha ocorrido durante as eleições para o Parlamento Europeu - algures num blog, ou nos comentários, ou coisa assim, alguém escrevia "Lucas Pires, ao menos, sempre defendeu a liberdade" (imagino que em contraponto ao passado comunista do Vital Moreira). Mas esta gente não sabe o passado do Lucas Pires??
Note-se que eu não estou criticar o passado politico dessas pessoas (afinal, eu também tenho um passado e, ainda por cima, um presente extremista, embora de sinal contrário), estou apenas a constatar um facto.
Ou será que a maior visibilidade do passado maoísta de uns em comparação com o passado "nacional-revolucionário" de outros é apenas a consequência de ser ex-maoísta ser mais socialmente aceitável do que ser ex-"nacional-revolucionário"?
1 comment:
«Uma é que,se chamamos "fascistas" ao Salazar e ao Caetano, então estes grupos eram o quê?»
Fascistas eram. Alguém deixou de chamar «comunistas» aos do PCP por os do MRPP e da UDP também serem «comunistas» (e, na opinião deles, mais «puros»)?
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