Este post de Pedro Vieira lembrou-me de uma importante questão existencial - será que quem morre sabe que morre?
Bem, penso que há uma teoria que diz que somos imortais, já que, como a nossa consciência só sobrevive nas realidades paralelas (sim, esta teoria implica aceitar realidades paralelas...) em que não morremos, na nossa perspectiva subjectiva nunca iremos morrer (as outras pessoas vêem-nos morrer, nas realidades paralelas em que morremos, mas nós não).
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"Bem, penso que há uma teoria que diz que somos imortais, já que, como a nossa consciência só sobrevive nas realidades paralelas (sim, esta teoria implica aceitar realidades paralelas...) em que não morremos, na nossa perspectiva subjectiva nunca iremos morrer (as outras pessoas vêem-nos morrer, nas realidades paralelas em que morremos, mas nós não)."
Mas isso obriga a que pelo menos uma das bifurcações quânticas conduza a uma vida infinita, o que me parece um absurdo.
Do ponto de vista de quem sobrevive (o gato de Schrodinger sortudo), nada de extraordinário se passa.
"Mas isso obriga a que pelo menos uma das bifurcações quânticas conduza a uma vida infinita, o que me parece um absurdo."
Não, apenas obriga a que uma das bifurcações quanticas conduza a outra bifurcação quantica, que conduza a outra, que conduza a outra... Como em todas as bifurcações há uma hipotese de sobrevivência e a nossa consciência só sobrevive nessas hipóteses, quer dizer que vamos sobreviver a todos os acontecimentos na nossa vida que podem implicar um risco de morte, logo iremos ser imortais
O meu ponto é: haverá alguum percurso (composto por várias bifurcações, claro) que possa conduzir a uma vida infinita?
Ou seja, quais são os "graus de liberdade" permitidos pela função de onda de Schrodinger? Quando se "olha" para o átomo, o electrão pode estar aqui ou ali, mas não pode estar noutra ponta do Universo.
Da mesma forma, podemos esperar que este princípio permita prolongar a vida (a situação limite descrita por Schrodinger põe em evidência essa possibilidade de forma clara) mas esse princípio pode não ser suficiente para manter uma vida eterna.
Pondo a questão de outra maneira - haverá alguma situação em que a probabilidade de morte seja 100%? Se não haver, existe sempre uma possível bifurcação em que sobrevivemos.
De qualquer forma, o que me parece mais díficl de acreditar nisso (mas talvez por ser demasiado contra-intuitivo) é mesmo a teoria dos "vários mundos"
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