Este artigo de Pacheco Pereira já foi analisado e criticado noutros sítios. Mas há uma parte que me chamou especificamente a atenção:
É por isso que uma das coisas que não encaixavam na narrativa sobre a revolta árabe era ver a multidão na Praça Tahrir a rezar. Não que a fé e a oração públicas sejam por si só incompatíveis com a laicidade de um Estado, mas porque não havia excepções na muralha de corpos prostrados. Não havia cristãos na multidão, não havia um ateu, um agnóstico, alguém que não fosse religioso, e permanecesse de pé ou à margem da oração?Pacheco Pereira terá visto as mesmas reportagens que eu? É que uma cena típica que era apresentada era, exactamente, os manifestantes muçulmanos a rezar e os manifestantes cristãos a fazer um cordão humano à sua volta.
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