Sunday, March 19, 2006

Maio de 68 e Estado Social

Hoje, no seu comentário na RTP1, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que os estudantes do Maio de 68 lutavam pela defesa e alargamento do Estado Social (fazendo aí um paralelo com as lutas actuais contra a precarização do emprego).

Bem, eu tinha cinco anos negativos aquando do Maio de 68, mas pelo que li e ouvi sobre o assunto, o que os estudantes e operários de 68 exigiam era a democracia directa e a autogestão, não o reforço do "Estado Social" - aliás, a direita e o PC até os chamavam de "anarquistas". A menos, claro, que tudo o que não seja "capitalismo puro e duro" seja "Estado Social".

2 comments:

Anonymous said...

estes comentadores televisivos são umas bestas.
professor para aqui, professor para acola.
opinion makers, estão na moda.
odeio este estilo de programas, pois fazem-me lembrar o famoso "conversas em familia" do outro marcelo.

o maio de 68 foi mais do que uma mera reivindicação, foi, isso sim, uma revolução.
e sim, eles queriam democracia directa e autogestão.

hoje o que se está a passar em frança é diferente, mas o espirito de mudança não morreu.

agora vai uma questão para si.

sendo que o estado possui o monopolio da força e da violencia, quando é que é legitimo (diferente de legal) o uso da violencia por parte da população?

Miguel Madeira said...

"agora vai uma questão para si."

"sendo que o estado possui o monopolio da força e da violencia, quando é que é legitimo (diferente de legal) o uso da violencia por parte da população?"

Amanhã devo escrever alguma coisa sobre isso.

Na verdade, há algum tempo que penso escrever algo sobre o caso Cory Maye, que lida com uma questão parecida (substituir "população" por "um individuo")