É curioso que a legalização do aborto pareça ter muito mais aceitação social e politica que a maior parte das chamadas "causas fracturantes" (na terminologia Sérgio Sousa Pinto), como a legalização das drogas, do suicidio assistido ou do casamento homossexual. Afinal, há bastantes países que já legalizaram o aborto e, em muitos dos em que é ilegal, há fortes movimentos pela sua legalização; pelo contrário, as outras causas referidas tendem a ser mais minoritárias, tanto a nível de países que as adoptaram, como a nivel da importancia social dos movimentos pela sua legalização - veja-se que já houve muito mais tentativas de legalizar o aborto em Portugal do que qualquer dos outros assuntos.
Até para a prostituição isso se aplica - é verdade que, em Portugal, a prostituição é legal e o aborto (com várias excepções) ilegal, mas desconfio que é mais frequente o oposto: paises em que o aborto é legal e a prostituição ilegal.
Porque é que eu digo que "é curioso"? Porque até seria de esperar que o aborto fosse a mais polémica dessas questões - todas as outras (droga, suicidio assistido, casamento homossexual, prostituição), à partida, não afectam terceiros (repare-se que eu só falei em casamento homossexual, não em adopção), logo, seria natural que fossem relativamente pacíficas; pelo contrário, no aborto pode-se argumentar que afecta terceiros (dependendo da questão sobre se e quando um zigoto/embrião/feto passa a ser considerado um "terceiro").
Até para a prostituição isso se aplica - é verdade que, em Portugal, a prostituição é legal e o aborto (com várias excepções) ilegal, mas desconfio que é mais frequente o oposto: paises em que o aborto é legal e a prostituição ilegal.
Porque é que eu digo que "é curioso"? Porque até seria de esperar que o aborto fosse a mais polémica dessas questões - todas as outras (droga, suicidio assistido, casamento homossexual, prostituição), à partida, não afectam terceiros (repare-se que eu só falei em casamento homossexual, não em adopção), logo, seria natural que fossem relativamente pacíficas; pelo contrário, no aborto pode-se argumentar que afecta terceiros (dependendo da questão sobre se e quando um zigoto/embrião/feto passa a ser considerado um "terceiro").
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