Aquando dos protestos dos islamitas radicais devido à publicação das caricaturas de Maomet, houve quem argumentasse "Se estão ofendidos, recorram aos tribunais, não à violência de rua". Inclusivamente, quando um grupo judaico holandês apresentou queixa nos tribunais contra as caricaturas anti-semitas da "Liga Árabe Europeia" e Daniel Oliveira escreveu «espero que todos se indignem com mais esta inaceitável tentativa de limitação à liberdade de expressão tentada por “fanáticos” judeus», a resposta geral foi "É completamente diferente! Recorrer aos tribunais é uma coisa, tumultos são outra!".
Entretanto, o jornal satírico francês Charlie-Hebdo também publicou uma série de caricaturas anti-fundamentalistas, e algumas organizações muçulmanas fizeram queixa. Bem, e não é que agora está também tudo indignado - "como é que isto chegou a tribunal? Como é que isto não foi logo arquivado perante o óbvio (liberdade de expressão)? Como é que, em 2007, um sistema de justiça de uma democracia europeia se deixa enredar nisto, não sendo capaz de dizer, de imediato, que o jornal actuou no seu direito de liberdade de imprensa/opinião? Como é que isto chega ao tribunal?". Mas não era isso que tinha sido sugerido aos fundamentalistas há um ano - recorrer aos tribunais? E não era essa a "grande diferença" entre a reacção muçulmana às caricaturas de Maomet e a reacção de alguns judeus face às caricaturas anti-semitas (o recurso à lei e aos tribunais)?
Antes que me interpretem mal, esclareço que considero, tanto o processo contra o Charlie Hebdo, como o processo contra a "Liga Árabe Europeia" como ataques à liberdade de expressão (e relembro o que escrevi há um ano).
Entretanto, o jornal satírico francês Charlie-Hebdo também publicou uma série de caricaturas anti-fundamentalistas, e algumas organizações muçulmanas fizeram queixa. Bem, e não é que agora está também tudo indignado - "como é que isto chegou a tribunal? Como é que isto não foi logo arquivado perante o óbvio (liberdade de expressão)? Como é que, em 2007, um sistema de justiça de uma democracia europeia se deixa enredar nisto, não sendo capaz de dizer, de imediato, que o jornal actuou no seu direito de liberdade de imprensa/opinião? Como é que isto chega ao tribunal?". Mas não era isso que tinha sido sugerido aos fundamentalistas há um ano - recorrer aos tribunais? E não era essa a "grande diferença" entre a reacção muçulmana às caricaturas de Maomet e a reacção de alguns judeus face às caricaturas anti-semitas (o recurso à lei e aos tribunais)?
Antes que me interpretem mal, esclareço que considero, tanto o processo contra o Charlie Hebdo, como o processo contra a "Liga Árabe Europeia" como ataques à liberdade de expressão (e relembro o que escrevi há um ano).
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