A forma como os documentários do programa "Grandes Portugueses" estão a ser feitos até é um exemplo aproximando da forma como, durante muito tempo, achei que deveria funcionar a televisão pública.
Ou seja, a televisão pública não deveria ser "do Estado", mas "do povo", e deveria ser usada para difundir programas feitos (ou escolhidos) pelos cidadãos. Com 2 canais, a emitir 24 horas durante 365 dias por ano, cada um dos 10 milhões de portugueses teria direito a 5 segundos de emissão anual. Parece minúsculo, mas, através da criação de associações de pessoas que quisessem ver emitido determinado programa, já daria para os cidadãos terem uma influência real na programação.
Isso, em principio, solucionaria o que acho que é a grande "falha de mercado" da TV privada (e que a TV pública convencional só por acaso conseguiria solucionar): para uma estação de TV em sinal aberto (ou melhor, para os seus anunciantes), o que interessa é o número de pessoas que assistem a um programa, não o grau de entusiasmo que têm pelo programa. Assim, as televisões preferem passar programas de que muita gente gosta medianamente do que programas que pouca gente gosta muito. Poder-se-à argumentar "Mas não é melhor que a televisão passe programas que muita gente gosta do que programas que só poucos vêm?"; contudo, a questão é que a "muita gente" é composta por muitas "poucas gentes", e até é possível que muitas dessas "poucas gentes" até preferissem terem menos programas que gostassem, mas que gostassem mais desses programas.
No entanto, não sei se no mundo actual esse problema será importante: afinal, com a Internet (que pode facilmente funcionar como um televisão alternativa) e com televisão a cabo com dezenas (e potencialmente centenas) de canais, essa tendência da televisão hertziana para se dedicar ao "mínimo denominador comum" tenderá a se tornar irrelevante.
Ou seja, a televisão pública não deveria ser "do Estado", mas "do povo", e deveria ser usada para difundir programas feitos (ou escolhidos) pelos cidadãos. Com 2 canais, a emitir 24 horas durante 365 dias por ano, cada um dos 10 milhões de portugueses teria direito a 5 segundos de emissão anual. Parece minúsculo, mas, através da criação de associações de pessoas que quisessem ver emitido determinado programa, já daria para os cidadãos terem uma influência real na programação.
Isso, em principio, solucionaria o que acho que é a grande "falha de mercado" da TV privada (e que a TV pública convencional só por acaso conseguiria solucionar): para uma estação de TV em sinal aberto (ou melhor, para os seus anunciantes), o que interessa é o número de pessoas que assistem a um programa, não o grau de entusiasmo que têm pelo programa. Assim, as televisões preferem passar programas de que muita gente gosta medianamente do que programas que pouca gente gosta muito. Poder-se-à argumentar "Mas não é melhor que a televisão passe programas que muita gente gosta do que programas que só poucos vêm?"; contudo, a questão é que a "muita gente" é composta por muitas "poucas gentes", e até é possível que muitas dessas "poucas gentes" até preferissem terem menos programas que gostassem, mas que gostassem mais desses programas.
No entanto, não sei se no mundo actual esse problema será importante: afinal, com a Internet (que pode facilmente funcionar como um televisão alternativa) e com televisão a cabo com dezenas (e potencialmente centenas) de canais, essa tendência da televisão hertziana para se dedicar ao "mínimo denominador comum" tenderá a se tornar irrelevante.
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