Avisos prévios - não vi nenhum dos documentários do programa "Grandes Portugueses"; votei no Infante D. Henrique.
Normalmente concordo com o que Daniel Oliveira escreve, mas não na questão do documentário sobre Salazar. Se percebo bem, a opinião de DO era que o documentário sobre Salazar não deveria ter sido feito por um claro simpatizante, como Jaime Nogueira Pinto, mas sim por um historiador que não fizesse um documentário propagandistico (e, a respeito de Álvaro Cunhal, também afirma que acharia ainda melhor que tivesse sido Pacheco Pereira, e não Odete Santos, a fazer o programa).
O problema de se seguir esse rumo (fazer documentários a sério e não "tempos de antena") é que haveria sempre quem achasse que eram documentários manipuladores sob a capa de objectividade. Se fosse Pacheco Pereira a fazer o documentário sobre Cunhal, o que é que os comunistas diriam? "É mais uma prova da campanha anticomunista da comunicação social - escolheram um historiador reaccionário-burguês para denegir Cunhal!". E os salazaristas diriam "Só passaram a versão politicamente correcta do que foi Estado Novo". E nunca se iria perceber se os documentários eram objectivos ou manipuladores (e em que sentido eram manipuladores - se contra. se a favor).
Desta maneira, em que são simpatizantes a fazer os documentários, e isso é assumido por todos, não há problema, porque "sabemos aonde vamos" - o público já sabe que o documentário pretende ser manipulador a favor da personagem e pode dar o devido desconto.
Por outro lado, concordo a 100% com DO quando este escreve "É curioso que sejam exactamente os mesmos que, há uns meses, se mostraram indignados com a transmissão de "Loose Change" na RTP que agora me acusem de censura por ser a minha vez de me indignar com a produção, por parte do mesmo canal, de um documentário panegírico sobre Salazar".
Normalmente concordo com o que Daniel Oliveira escreve, mas não na questão do documentário sobre Salazar. Se percebo bem, a opinião de DO era que o documentário sobre Salazar não deveria ter sido feito por um claro simpatizante, como Jaime Nogueira Pinto, mas sim por um historiador que não fizesse um documentário propagandistico (e, a respeito de Álvaro Cunhal, também afirma que acharia ainda melhor que tivesse sido Pacheco Pereira, e não Odete Santos, a fazer o programa).
O problema de se seguir esse rumo (fazer documentários a sério e não "tempos de antena") é que haveria sempre quem achasse que eram documentários manipuladores sob a capa de objectividade. Se fosse Pacheco Pereira a fazer o documentário sobre Cunhal, o que é que os comunistas diriam? "É mais uma prova da campanha anticomunista da comunicação social - escolheram um historiador reaccionário-burguês para denegir Cunhal!". E os salazaristas diriam "Só passaram a versão politicamente correcta do que foi Estado Novo". E nunca se iria perceber se os documentários eram objectivos ou manipuladores (e em que sentido eram manipuladores - se contra. se a favor).
Desta maneira, em que são simpatizantes a fazer os documentários, e isso é assumido por todos, não há problema, porque "sabemos aonde vamos" - o público já sabe que o documentário pretende ser manipulador a favor da personagem e pode dar o devido desconto.
Por outro lado, concordo a 100% com DO quando este escreve "É curioso que sejam exactamente os mesmos que, há uns meses, se mostraram indignados com a transmissão de "Loose Change" na RTP que agora me acusem de censura por ser a minha vez de me indignar com a produção, por parte do mesmo canal, de um documentário panegírico sobre Salazar".
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