Através d'O Insurgente, cheguei a este texto, «Orwell's "Catalonia" Revisited», sobre as ideias de George Orwell e, nomeadamente, sobre o seu livro "Homenagem à Catalunha" (livro que já recomendei e citei aqui neste blogue).
Antony Daniels (o autor do texto) até escreve algumas coisas de jeito, nomeadamente logo na abertura:
"In any political argument of philosophical significance, everyone wants George Orwell as an ally. To be able to claim that he is so, however, you must first place him on an ideological map and then discover that, by happy coincidence, you occupy precisely the same position yourself. Hey presto, Orwell is on your side, and your opponents are thereby reduced to persons of ill-will or bad faith!"
[Eu cá suspeito que a sorte de George Orwell foi ter morrido logo pouco depois de chegar à fama, de forma que tanto podemos imaginar que, se tivesse vivido, teria permanecido na extrema-esquerda como, pelo contrário, se teria tornado um neo-conservador avantt la lettre; como alguem disse "Se fosse vivo, Orwell seria muito velho"]
E o artigo de Daniels em larga medida refuta as tentativas de apresentar Orwell como um "direitista":
Of course, his reputation beyond the purlieus of the Left now rests mainly on his two last books, Animal Farm and Nineteen Eighty-Four. They made him an honorary conservative, though in fact he was a conscript rather than a volunteer.
Esta referência a Orwell ser um "soldado à força" e não um "voluntário" do "exército conservador" faz-me lembrar a discussão que tive com o Lidador nos comentários do Arrastão...
No entanto, o essencial da tese de Daniels, a sua crítica à afirmação de Orwell que “Every line of serious work that I have written since 1936 has been written, directly or indirectly, against totalitarianism and for democratic socialism, as I understand it” e o uso da "Homenagem" para a refutar parece-me um disparate (e o uso abundante de passagem truncadas e/ou descontextualizadas do livro leva-me a suspeitar de alguma desonestidade intelectual).
A refutação dos argumentos de Daniels ficará para próximo post.
Antony Daniels (o autor do texto) até escreve algumas coisas de jeito, nomeadamente logo na abertura:
"In any political argument of philosophical significance, everyone wants George Orwell as an ally. To be able to claim that he is so, however, you must first place him on an ideological map and then discover that, by happy coincidence, you occupy precisely the same position yourself. Hey presto, Orwell is on your side, and your opponents are thereby reduced to persons of ill-will or bad faith!"
[Eu cá suspeito que a sorte de George Orwell foi ter morrido logo pouco depois de chegar à fama, de forma que tanto podemos imaginar que, se tivesse vivido, teria permanecido na extrema-esquerda como, pelo contrário, se teria tornado um neo-conservador avantt la lettre; como alguem disse "Se fosse vivo, Orwell seria muito velho"]
E o artigo de Daniels em larga medida refuta as tentativas de apresentar Orwell como um "direitista":
Of course, his reputation beyond the purlieus of the Left now rests mainly on his two last books, Animal Farm and Nineteen Eighty-Four. They made him an honorary conservative, though in fact he was a conscript rather than a volunteer.
Esta referência a Orwell ser um "soldado à força" e não um "voluntário" do "exército conservador" faz-me lembrar a discussão que tive com o Lidador nos comentários do Arrastão...
No entanto, o essencial da tese de Daniels, a sua crítica à afirmação de Orwell que “Every line of serious work that I have written since 1936 has been written, directly or indirectly, against totalitarianism and for democratic socialism, as I understand it” e o uso da "Homenagem" para a refutar parece-me um disparate (e o uso abundante de passagem truncadas e/ou descontextualizadas do livro leva-me a suspeitar de alguma desonestidade intelectual).
A refutação dos argumentos de Daniels ficará para próximo post.
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