A propósito do post "Monetary Lessons from America's Past"
"Está mais que provado que esse equilíbrio não está garantido, até porque a concorrência pura não existe "
Os"austriacos" em especial colocam a questão de forma precisamente inversa: porque não existem as condições de concorrência perfeita (como "informação completa" - seja lá o que isso fõr), e porque as pessoas agem segundo a sua própria subjectividade (e já agora livre arbítrio), a ordem social tem necessariamente de ser livre, incluíndo ou em especial, no que respeita à livre escolha do meio de troca (moeda), porque é a interacção e a livre troca que determina maiores condições de alcançar a informação possível.
Fosse a "concorrência perfeita" e o planeamento económico seria perfeitamente possível e eficaz. O paradoxo do planeamento é que para planear é necessário preços, mas na medida em que se aumenta o âmbito do planeamento, a qualidade dos preços desaparecem (um preço resulta de dois agentes na posse cada um da sua subjectividade e capacidade de acção, concordarem um dado preço - ou rácio - de troca de dois bens).
"Olhando para a mercadoria: duas ou três verdades a embrulhar doutrinas que o tempo já se encarregou de tornar obsoletas e a fazer esquecer factos que o pregador, propositadamente omite."
Na doutrina da moeda e dos ciclos económicos não existe em lado algum nada que determine ser "obsoleto" o velho conceito de escolha da moeda, que em princípio, resultaria no uso de um dado conjunto de bens como a prata e o ouro como meio de troca (moeda).
O presente sistema foi simplesmente imposto após a confiscação do ouro da população sendo determinado a obrigatoriedade legal do uso de uma moeda que passa a ter existência, hoje em dia, pela concoessão de novo crédito, o que resulta que o crédito deixou de estar relacionado com a poupança prévia e voluntária (cuja intermediação devia ser o único papel da banca), provocando os ciclos económicos que bem conhecemos e com grandes custos para todos ao mesmo tempo que beneficia todos aqueles que estão mais pertos da fonte das novas quantidades de dinheiro fabricadas para conceder crédito (grandes bancos, grandes empresas).
Na verdade, numa exemplo teórico extremo, a economia poderia funcionar perfeitamente com uma quantidade de moeda fixa, porque nunca existe moeda a menos, os preços ajustam o crescimento eocnómico e as flutuações da procura de dinheiro (vulgo, por exemplo aumentar a quantidade de dinheiro debaixo da almofada).
1 comment:
"porque é a interacção e a livre troca que determina maiores condições de alcançar a informação possível."
Em que mundo é que o Carlos Novais vive?
Evidentemente, que o mercado encontrará sempre uma situação de equilíbrio, nem que seja no charco.
A propósito desta vaga radical liberal de querer a todo o custo arranjar um alibi para contornar o desastre das suas convicções (vd. mensagem para Obama publicada em página inteira dos principais diários norte-americanos pelos Catos)é interessante que refiram as estatísticas antes e depois da intervenção do Estado.
O raciocínio é mais ou menos este: Se um tipo se atira de um quinto andar para fugir ao fogo, dez segundos antes de os bombeiros o terem aparado a dois metros do chão, ele estava a uma altura de vinte metros. Conclusão radical liberal: Antes da intervenção estava ainda a uma altura bem mais longe do chão. Proposta radical liberal: Deixá-lo estaelar-se no chão onde encontrará a sua situação de equilíbrio.
"por exemplo aumentar a quantidade de dinheiro debaixo da almofada"
V. tem uma fé religiosa na almofada. Não há discussão possível.
Já agora, diga-me sff, como é possível aplicar o princípio do equilíbrio natural dos mercados aos mercados de títulos onde a procura cresce com os preços e vice-versa, contrariamente ao mercado dos nabos, por exemplo?
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