Afinal, se calhar que o mega-empréstimo que o BCE fez aos bancos na semana passada, em vez de servir para "conceder crédito à economia", ou mesmo (como hipoteses mais conspiratórias sugeriam) para financiar indirectamente os Estados, está apenas a regressar ao BCE sob a forma de depósitos:
Os depósitos a um dia dos bancos da zona euro no Banco Central Europeu (BCE) atingiram um novo recorde no valor de 452.000 milhões de euros, assinalando o segundo máximo histórico consecutivo, anunciou hoje o banco emissor europeu.Note-se que provavelmente este avalanche de depósitos no BCE não será exactamente o dinheiro que o BCE emprestou na semana passada (é pouco provável que os bancos que pediram emprestado a 1% o fossem depositar a 0,25%). No entanto, em termos líquidos (o BCE a emprestar dinheiro a uns mas outros a depositarem no BCE) o dinheiro parece estar a regressar à origem, em vez de ficar na economia.
A desconfiança entre as instituições financeiras da zona euro aumentou "drasticamente" nas últimas semanas devido às incertezas que pairam no sector, apesar de o BCE só remunerar estas aplicações à taxa de 0,25%, inferior à taxa de referência do banco emissor, que está nos 1%
jj
1 comment:
"é pouco provável que os bancos que pediram emprestado a 1% o fossem depositar a 0,25%"
Não necessariamente. Se esta operação é pontual, faz sentido pedir já o dinheiro e pô-lo a render no BCE até que seja necessário amortizar dívida que chega à maturidade.
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