Os defensores do padrão-ouro alegam que o actual sistema é dado "a provocar ciclos económicos".
É difícil fazer uma comparação dos efeitos do padrão-ouro com os do papel-moeda, já que não temos países que pratiquem o padrão-ouro para podermos comparar.
No entanto, temos um exemplo parecido - a Argentina, nos anos 90, praticou um sistema em que, por cada peso em circulação, teria que haver um dólar nos cofres do banco central, sendo garantida a convertibilidade peso-dólar (ou seja, o dólar desempenhava o mesmo papel que o ouro num sistema padrão-ouro). Este sistema é muito parecido com o padrão-ouro (ou o padrão-prata): é verdade que o valor da moeda continua a estar dependente das decisões arbitrárias de um banco central (agora o norte-americano e não o argentino), mas, enquanto o dólar continuasse a ser uma moeda aceite internacionalmente, esse sistema seria tão sólido como um padrão-ouro.
Ora, a Argentina teve um colapso económico em 1999 (sem o dólar ter tido qualquer colapso), o que parece indicar que o padrão-ouro não seja garante da estabilidade.
Agora, uma ressalva - é verdade que muitos defensores do padrão-ouro defendem-no no contexto de um sistema de "reservas a 100%" (em que os bancos não possam emprestar os depósitos à ordem que recebem). Ora, na Argentina (tal como em todo o mundo) vigorava (e vigora) a "reserva fracional", em que os bancos só têm que deixar em reserva uma fracção dos depósitos que recebem - e um dos factores da crise argentina (mas não é claro se terá sido uma causa ou um sintoma) foi, exactamente, a "corrida aos bancos" e o decreto governamental limitando os depositantes de levantarem o dinheiro durante um ano.
No entanto, tenho dificuldade em perceber como o ultra-liberalismo económico defendido por muitos apologistas do padrão-ouro pode ser compatível com acabar com as reservas fraccionais.
Sugestão de leitura: A Cross of Dollars, de Paul Krugman.
É difícil fazer uma comparação dos efeitos do padrão-ouro com os do papel-moeda, já que não temos países que pratiquem o padrão-ouro para podermos comparar.
No entanto, temos um exemplo parecido - a Argentina, nos anos 90, praticou um sistema em que, por cada peso em circulação, teria que haver um dólar nos cofres do banco central, sendo garantida a convertibilidade peso-dólar (ou seja, o dólar desempenhava o mesmo papel que o ouro num sistema padrão-ouro). Este sistema é muito parecido com o padrão-ouro (ou o padrão-prata): é verdade que o valor da moeda continua a estar dependente das decisões arbitrárias de um banco central (agora o norte-americano e não o argentino), mas, enquanto o dólar continuasse a ser uma moeda aceite internacionalmente, esse sistema seria tão sólido como um padrão-ouro.
Ora, a Argentina teve um colapso económico em 1999 (sem o dólar ter tido qualquer colapso), o que parece indicar que o padrão-ouro não seja garante da estabilidade.
Agora, uma ressalva - é verdade que muitos defensores do padrão-ouro defendem-no no contexto de um sistema de "reservas a 100%" (em que os bancos não possam emprestar os depósitos à ordem que recebem). Ora, na Argentina (tal como em todo o mundo) vigorava (e vigora) a "reserva fracional", em que os bancos só têm que deixar em reserva uma fracção dos depósitos que recebem - e um dos factores da crise argentina (mas não é claro se terá sido uma causa ou um sintoma) foi, exactamente, a "corrida aos bancos" e o decreto governamental limitando os depositantes de levantarem o dinheiro durante um ano.
No entanto, tenho dificuldade em perceber como o ultra-liberalismo económico defendido por muitos apologistas do padrão-ouro pode ser compatível com acabar com as reservas fraccionais.
Sugestão de leitura: A Cross of Dollars, de Paul Krugman.
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