Claro.
Por exemplo, eu tenho uma profunda aversão a piercings faciais mas sou completamente a favor do direito a faze-los.
Mas vamos dividir isto em sub-hipoteses:
É possivel não gostar de piercings mas ser a favor do direito de os fazer?
Claro. É perfeitamente lógica a atitude de "quem gosta faz, quem não gosta não faz"
É possivel achar os piercings uma parvoíce mas ser a favor do direito de os fazer?
Claro; há uma importante diferença entre esta situação e a anterior (aqui, trata-se de um juizo intelectual, não estético, e estou a considerar a minha opção melhor que a dos outros) mas o resultado é o mesmo - eu posso perfeitamente achar que os outros têm todo o direito de fazer parvoices (como usar piercings).
É possivel achar os piercings imorais mas ser a favor do direito de os fazer?
Sim, já que é um facto que há montes de pessoas que defendem o direito a fazer coisas que reprovam moralmente (ocorre-me muitas situações em que defendo isso). No entanto, já não me parece uma atitude tão lógica (é por isso que a resposta não é "claro") - das duas uma: ou consideramos que usar piercings apenas diz respeito ao individuo que os usa, e aí, não vejo muito bem como é possivel fazer juizos normativos acerca do seu uso; ou consideramos que o uso de piercings diz respeito, não apenas a quem os usa, mas também à "sociedade", ou à familia, ou à escola, ou a Deus, ou lá o que fôr, e os argumentos a favor do direito de cada um livremente usar ou não piercings ficam muito enfraquecidos (continuam a existir, mas muito mais fracos).
Por exemplo, eu tenho uma profunda aversão a piercings faciais mas sou completamente a favor do direito a faze-los.
Mas vamos dividir isto em sub-hipoteses:
É possivel não gostar de piercings mas ser a favor do direito de os fazer?
Claro. É perfeitamente lógica a atitude de "quem gosta faz, quem não gosta não faz"
É possivel achar os piercings uma parvoíce mas ser a favor do direito de os fazer?
Claro; há uma importante diferença entre esta situação e a anterior (aqui, trata-se de um juizo intelectual, não estético, e estou a considerar a minha opção melhor que a dos outros) mas o resultado é o mesmo - eu posso perfeitamente achar que os outros têm todo o direito de fazer parvoices (como usar piercings).
É possivel achar os piercings imorais mas ser a favor do direito de os fazer?
Sim, já que é um facto que há montes de pessoas que defendem o direito a fazer coisas que reprovam moralmente (ocorre-me muitas situações em que defendo isso). No entanto, já não me parece uma atitude tão lógica (é por isso que a resposta não é "claro") - das duas uma: ou consideramos que usar piercings apenas diz respeito ao individuo que os usa, e aí, não vejo muito bem como é possivel fazer juizos normativos acerca do seu uso; ou consideramos que o uso de piercings diz respeito, não apenas a quem os usa, mas também à "sociedade", ou à familia, ou à escola, ou a Deus, ou lá o que fôr, e os argumentos a favor do direito de cada um livremente usar ou não piercings ficam muito enfraquecidos (continuam a existir, mas muito mais fracos).
[Como é óbvio, o "uso de piercings" pode ser substituido por qualquer outro comportamento para o raciocinio que expus]
8 comments:
Sem quaisquer segundas intenções, gostava de pedir-te que me desses um exemplo de algo que aches (achemos) imoral mas que defendas (defendamos) o direito a ser feita.
É que não estou a ver nada. Se calhar estou a ter vistas curtas ou ser simplista mas não me ocorre nada ...
´«ou consideramos que o uso de piercings diz respeito, não apenas a quem os usa, mas também à "sociedade"»
Está a querer dar exemplo de uma exetrnalidade?
Se sim, então , na minha opinião, ela só é relevante se afectar a liberdade de outrem. E aí é que são elas... Um graffiti numa cerca afecta o meu bem-estar? Se calhar. E a minha liberdade? Não. Cruzar-me com alguém que usa piercing afecta o meu bem estar ou liberdade?
Interessante post, particularmente a questão dos piercings. Atrevo-me a convidá-lo a visitar um velhissimo post meu que levanta questões algo semelhantes. Este, onde eu partia de uma posição de princípio["odeio todos os piercings que não sejam brincos. Abomino ainda mais os seus portadores. Preconceito meu? Sim, mas não maior do que o dos imbecis que escarafuncham o corpo apenas pelo preconceito de fazer como outros o fazem"] para tentar discernir sobre os limites do piercing (indutivamente, claro)
"...Como é óbvio, o "uso de piercings" pode ser substituido por qualquer outro comportamento para o raciocinio que expus..."
COMO????
Então por essa ordem de idéias deixemo-nos ficar impávidos e serenos quando por exemplo algum idiota (como os da Polónia) tente aprovar a reposição da "pena de morte", que por um lado sou contra, mas por outro obrigo-me a defender o direito à existência da mesma...
no comentário anterior, James Stuart... do Szerinting
"algo que aches (achemos) imoral mas que defendas (defendamos) o direito a ser feita"
eu tinha pensado no "racismo teórico" (alguém dizer "o grupo étnico X é uma raça degenerada") - tenho uma opoição moral a essas teses, mas acho que têm o direito a ser expostas (ao contrário do "racismo aplicado").
Mas talvez não seja um bom exemplo, já que a minha objecção moral não é tanto ao acto (dizer que a raça X é degenerada) mas às convicções que conduzem ao acto.
James, a minha questão é se é possivel dfender o direito a fazer algo que se não goste, não se é obrigatório defender o direito a fazer algo que se não goste.
Bem visto, Miguel. Tenho em que pensar.
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