Thursday, January 13, 2011

Teoria monetária

O autor está completamente a leste da teoria dos ciclos económicos, mas o texto vale a pena pela tentativa de perceber o actual sistema monetário, coisa que os próprios seus defensores parecem perceber pouco. É um caso de uma máquina dirigida por quem a defende mas não domina.

Monetary system not behaving according to textbooks – system is wrong!

" Bank lending is not “reserve constrained”. Banks lend to any credit worthy customer they can find and then worry about their reserve positions afterwards. If they are short of reserves (their reserve accounts have to be in positive balance each day and in some countries central banks require certain ratios to be maintained) then they borrow from each other in the interbank market or, ultimately, they will borrow from the central bank through the so-called discount window. They are reluctant to use the latter facility because it carries a penalty (higher interest cost)."

Típico como apesar de estar analisar correctamente o processo, não vê problema nenhum em si na criação de moeda para conceder crédito porque nesse acto, um passivo e activo têm lugar simultaneamente, quando devia ter em conta que a criação de moeda é um activo imediato e o crédito concedido um activo a prazo. Mas no fundo, os ciclos económicos dão-se porque existe uma disfunção entre o capital real (poupança real prévia) e o capital nominal (expresso em moeda criada para "sustentar" apenas nominalmente esse investimento - o que não assegura que capital real sob a forma de bens de capital exista para sustentar esse investimento).

"The important point though is that all transactions at the non-government level balance out – they “net to zero”. For every asset that is created so there is a corresponding liability – $-for-$. So credit expansion always nets to zero! (...)

When a bank makes a $A-denominated loan it simultaneously creates an equal $A-denominated deposit. So it buys an asset (the borrower’s IOU) and creates a deposit (bank liability). For the borrower, the IOU is a liability and the deposit is an asset (money). The bank does this in the expectation that the borrower will demand HPM (withdraw the deposit) and spend it. The act of spending then shifts reserves between banks.

These bank liabilities (deposits) become “money” within the non-government sector. But you can see that nothing net has been created."

Como já disse num post anterior, dada a incompreensão geral sob os ciclos e as crise, era preferível no actual sistema que os DO tivessem 100% de reservas (reduzindo os efeitos dos ciclos económicos) e toda a criação de moeda fosse exclusivamente por via de financiamento de défices, que tem um efeito inflacionário (nos preços de bens de consumo) muito mais imediato (o que não acontece com a expansão de moeda para concessão de crédito que tende a inflacionar preços de bens de capital e financeiros que não têm expressão nos números tradicionais de inflação), o que tornaria mais visível os excessos.

Mas claro que um sistema monetário livre, com uso de ouro e prata com reservas de 100% faria regressar a sanidade e estabilidade para todos, com ganhos para a população em geral, penalizando os ganhos da financeirização (os que mais perto estão da capacidade de criação de crédito) que autores de esquerda apontam instintivamente mas sem saber bem do que falam.

2 comments:

Anonymous said...

Se isso fosse implementado apenas num país, este veria os outros a obter muito melhores resultados de crescimento a curto-prazo, fazendo disparar os preços de importações e empobrecimento relativo. (Ou não?)

CN said...

Mas porquê? Uma moeda estável e a valorizar-se em relação a más moeda só traz benefícios para quem a usa.