Continuando a responder ao Dos Santos.
"É impossível abolir a propriedade sem abolir implicitamente o comércio livre. O comércio poderá existir, é claro, mas não por isso será livre já que os indivíduos não teriam direito a deter a propriedade sobre nenhum dos meios de produção. Como pode ser isto considerado livre?"
Para falar a verdade, eu também não sei se poderemos falar em "comércio livre" no contexto do anarco-socialismo (no fundo, o que eu queria dizer, era que o "comércio livre" não seria abolido por si, mas que talvez morresse de "morte natural", por deixar de existir muita da sua base), mas apesar de tudo, talvez sim. Uma analogia: imagine-se que eu compro um bilhete para ir ao cinema; até começar o filme, eu posso perfeitamente vender o bilhete a outra pessoa (para falar a verdade, não sei se isso é legal, mas, mesmo que seja ilegal, é quase impossível impedir isso); no entanto, não posso vender a alguém o "direito permanente" aquele lugar. Será que isso é um limite ao "comércio livre"? Em principio, não: eu não tinha o direito permanente a me sentar naquele lugar, apenas tinha o direito a me sentar lá naquela sessão, logo, posso transacionar livremente aquilo que tenho.
Da mesma maneira, numa sociedade anarco-socialista, os individuos não possuem "propriedade", apenas direitos de "usufruto", e podem fazer entre si trocas com o que têm (os tais direitos de usufruto).
"E se o anarco-comunismo, como foi dito acima, «reconhece o direito de um individuo não pertencer a nenhuma comuna nem a nenhum "colectivo de trabalhadores" e ir trabalhar por conta própria», como é que pode, em simultâneo, abolir a propriedade privada e consecutivamente impedir que este indivíduo trabalhe por conta própria?"
O individuo pode trabalhar por conta própria usando a propriedade da comunidade. Volto a lembrar que a propriedade comunitária em anarco-socialismo não é estilo "empresa pública", em que a "comunidade" decide o que fazer com ela; é mais estilo "rua pública", que está à disposição dos individuos para estes a usarem - individual ou colectivamente - de acordo com os seus desejos/necessidades, limitando-se a "comunidade" a regular o seu uso de forma a que os individuos não se incomodem uns ao outros no uso que fazem da rua (a "comunidade" está entre aspas, porque, actualmente, quem gere as empresas públicas e regula as ruas públicas é o Estado).
Para falar a verdade, eu também não sei se poderemos falar em "comércio livre" no contexto do anarco-socialismo (no fundo, o que eu queria dizer, era que o "comércio livre" não seria abolido por si, mas que talvez morresse de "morte natural", por deixar de existir muita da sua base), mas apesar de tudo, talvez sim. Uma analogia: imagine-se que eu compro um bilhete para ir ao cinema; até começar o filme, eu posso perfeitamente vender o bilhete a outra pessoa (para falar a verdade, não sei se isso é legal, mas, mesmo que seja ilegal, é quase impossível impedir isso); no entanto, não posso vender a alguém o "direito permanente" aquele lugar. Será que isso é um limite ao "comércio livre"? Em principio, não: eu não tinha o direito permanente a me sentar naquele lugar, apenas tinha o direito a me sentar lá naquela sessão, logo, posso transacionar livremente aquilo que tenho.
Da mesma maneira, numa sociedade anarco-socialista, os individuos não possuem "propriedade", apenas direitos de "usufruto", e podem fazer entre si trocas com o que têm (os tais direitos de usufruto).
"E se o anarco-comunismo, como foi dito acima, «reconhece o direito de um individuo não pertencer a nenhuma comuna nem a nenhum "colectivo de trabalhadores" e ir trabalhar por conta própria», como é que pode, em simultâneo, abolir a propriedade privada e consecutivamente impedir que este indivíduo trabalhe por conta própria?"
O individuo pode trabalhar por conta própria usando a propriedade da comunidade. Volto a lembrar que a propriedade comunitária em anarco-socialismo não é estilo "empresa pública", em que a "comunidade" decide o que fazer com ela; é mais estilo "rua pública", que está à disposição dos individuos para estes a usarem - individual ou colectivamente - de acordo com os seus desejos/necessidades, limitando-se a "comunidade" a regular o seu uso de forma a que os individuos não se incomodem uns ao outros no uso que fazem da rua (a "comunidade" está entre aspas, porque, actualmente, quem gere as empresas públicas e regula as ruas públicas é o Estado).
1 comment:
o anarco-comunismo acolhe de braços abertos quem quiser trabalhar por conta propria, alias essse é a filosofia e o lema base do anarquismo em si.
o anarco-comunismo não é como na china em que um fabricante de relogios estava proibido de trabalhar por conta propria, bem pelo contrario.
Post a Comment